ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-8-2002.
Aos sete dias do mês de agosto do ano dois mil e
dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch,
Cassiá Carpes, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu
D'Avila e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia,
Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Isaac Ainhorn, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Vigésima
Sessão Solene, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Almerindo Filho, o Projeto de Lei do Legislativo n° 146/02 (Processo n°
2489/02); pelo Vereador Dr. Goulart, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador
Reginaldo Pujol, 06 Pedidos de Providências e o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo n° 013/02 (Processo n° 2571/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios
nºs 449, 450 e 519/02, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre;
048 e 056/02, do Senhor José Pereira da Silva, Diretor do Departamento de
Gestão do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério da Previdência e
Assistência Social. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, à Senhora Izabel Beatriz Gules Franco, Vice-Presidenta do Sindicato
dos Compositores Musicais do Estado do Rio Grande do Sul, que discorreu sobre
as condições de segurança pública em Porto Alegre, especialmente os problemas
enfrentados pela comunidade da Rua Águas Mortas, localizada no Bairro
Medianeira, ressaltando a necessidade do engajamento da sociedade e do Poder
Público no sentido de dirimir essa questão. Em relação ao tema, sugeriu a
implantação, nas escolas públicas, do atendimento em regime de turno integral,
no sentido de incluir socialmente crianças e jovens carentes. Na ocasião, nos
termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Nereu D'Avila, Cassiá Carpes,
Adeli Sell, João Antonio Dib e Luiz Braz manifestaram-se sobre o assunto
tratado em Tribuna Popular. Na oportunidade, face manifestações dos Vereadores
Marcelo Danéris e Nereu D'Avila, o Senhor Presidente destacou a importância de
que, durante as Sessões Plenárias, sejam observadas as normas da legislação
eleitoral que vedam a emissão de opiniões que possam ser consideradas como
propaganda irregular. Às quatorze horas e quarenta e sete minutos os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta
minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 288/01,
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, 095/02,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 133/02, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib e João Bosco Vaz, o Projeto de Resolução n° 060/02, o Projeto
de Lei do Executivo n° 043/02; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
n°s 130, 131 e 132/02, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto
de Lei do Executivo n° 045/02, os Projetos de Resolução n°s 018 e 080/02, o
Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 004/02. Também, o Vereador Nereu D'Avila
manifestou-se durante o período de Pauta. Na ocasião, constatada a existência
de quórum, foram aprovadas as indicações das funcionárias Elisabete Borges
Martins e Karina Pacheco Cardozo para representarem esta Casa no Conselho
Municipal de Assistência Social - CMAS - (Processo nº 0817/02) e a indicação da
funcionária Rita de Cássia Lopes Silveira para representar este Legislativo no
Conselho Municipal de Alimentação (Processo nº 3605/01). Também, o Senhor
Presidente registrou a presença de alunos e das professoras Ana Gabriel e Odila
Regina Borges, da Escola Estadual Coronel Emílio Massot, informando que Suas
Senhorias comparecem a este Legislativo para participarem do Projeto de
Educação Política desenvolvido pelo Memorial da Casa junto a escolas e
entidades de Porto Alegre e Região Metropolitana. Ainda, o Senhor Presidente
registrou a presença do Senhor José Carlos Giordani Costa, Assessor Parlamentar
do Vereador Miltinho Viana, do PSL do Município de Campo Grande - MS. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza teceu considerações sobre os
trabalhos pertinentes às Sessões Plenárias, externando a disposição de Sua
Excelência de votar favoravelmente à aprovação de projetos em tramitação nos
períodos de Pauta e Ordem do Dia da presente Sessão. Ainda, referiu-se a
episódio envolvendo o Deputado Estadual Luís Augusto Lara e representante do
Governo Estadual, por ocasião de manifestação realizada por agentes
penitenciários em greve. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo
Leal, examinando a situação da segurança pública no Estado do Rio Grande do
Sul, lamentou a morte dos Senhores Ari Frank e Carlos Augusto Cabral Vieira,
respectivamente Sargento e Capitão da Brigada Militar, em decorrência de
confrontos ocorridos durante operação policial. Ainda, defendeu a instituição,
pela Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, de uma Delegacia especializada
na captura de foragidos do sistema penitenciário. O Vereador Fernando Záchia,
salientando a necessidade da implementação de ações educativas para o trânsito,
comentou notícia veiculada pelo jornal Correio do Povo no dia de hoje, relativa
à decisão tomada pelo Senhor Diretor-Presidente da Empresa Pública de
Transporte e Circulação - EPTC, no sentido de anular autos de infração emitidos
contra motoristas que trafegaram pela Avenida Padre Cacique, nas cercanias do
Estaleiro Só, devido à ausência de placa indicativa da presença de radar móvel
na via. O Vereador Cassiá Carpes, discorrendo sobre o Sistema de Previdência
dos Servidores Públicos de Porto Alegre, defendeu maior agilidade no processo
de constituição de Comissão Especial relativa à implantação do órgão gestor desse
Sistema. Ainda, analisou as dificuldades de acesso verificadas nos Municípios
que integram a Fronteira Oeste do Estado, ocasionada pelas deficiências da
malha rodoviária que dá acesso à região. Na ocasião, foi apregoada a Emenda n°
01, proposta pela Vereadora Sofia Cavedon e assinada pelo Vereador Marcelo
Danéris, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 049/02
(Processo nº 1139/02). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson
analisou dados relativos aos índices de criminalidade verificados na Capital,
questionando a eficácia de projetos de inclusão social a serem desenvolvidos
pela Brigada Militar e Prefeitura Municipal de Porto Alegre em Bairros da
Cidade nos finais de semana. Ainda, referiu-se às notícias veiculadas na edição
de hoje do jornal Zero Hora, alusivas às atividades a serem realizadas no
Bairro Cavalhada, na tentativa de inibir a criminalidade urbana. O Vereador
Raul Carrion manifestou-se sobre decisão liminar proferida pelo Desembargador
Clarindo Favretto, que considerou inconstitucional a Lei Municipal nº 7.109/92,
a qual disciplina o horário de funcionamento do comércio em Porto Alegre. Nesse
sentido, questionou aspectos jurídicos dessa decisão, lembrando que a referida
lei vige há dez anos e que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
já possui jurisprudência que confirma a constitucionalidade dessa legislação. O
Vereador Antonio Hohlfeldt lamentou que o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 001/02 (Processo nº 0692/02), que dispõe sobre o Regime de
Previdência dos Servidores Públicos Municipais, ainda não tenha sido votado.
Também, registrou o início, hoje, de Congresso sobre Segurança Pública,
promovido pela União dos Vereadores do Rio Grande do Sul - UVERGS. Ainda,
sugeriu que o Executivo Municipal promova a criação de programas de incentivo
ao turismo local. O Vereador Carlos Alberto Garcia teceu críticas à política de
privatizações de empresas públicas, afirmando que os recursos auferidos através
das desestatizações não melhoraram a situação financeira do Estado. Também,
mencionou o retorno do Colégio Gema Angelina Belia às suas atividades normais,
após sua transferência para área adquirida pelo Governo do Estado, a qual já
pertenceu à Associação dos Funcionários da Companhia Riograndense de
Telecomunicações. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento
verbal, solicitando manifestação da Mesa Diretora a respeito de Questão de
Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro durante a Qüinquagésima Quinta
Sessão Ordinária, relativa à regimentalidade da indicação, nos termos do
Requerimento nº 066/02 (Processo nº 1484/02), dos integrantes da Comissão
Especial destinada a apreciar o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
001/02 (Processo nº 0692/02), que dispõe sobre o Departamento Municipal de
Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, tendo o
Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Marcelo Danéris analisou as conseqüências da concessão de
liminar que susta os efeitos da Lei Municipal nº 7.109/92, a qual regula a
abertura do comércio aos domingos na Cidade e pronunciou-se sobre a
constituição da Comissão Especial que estudará o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 001/02. Também, avaliou a situação verificada no sistema de
segurança pública do Estado, apontando alguns avanços obtidos nessa área. O
Vereador Luiz Braz reportou-se ao discurso do Vereador Marcelo Danéris, no que
se refere à política de segurança pública praticada pelo Governo Estadual e
advertiu que a Polícia Civil e a Brigada Militar estão passando por dificuldades.
Também, lamentou a concessão de liminar que susta os efeitos da Lei Municipal
nº 7.109/92, a qual regula a abertura do comércio aos domingos na Cidade,
alegando que os direitos dos trabalhadores desse setor poderão ser
prejudicados. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador José
Carlos Almeida Dubal, do PTB do Município de São Borja - RS. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado
Requerimento verbal de autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o Parecer exarado pela
Procuradoria da Casa, alusivo à Questão de Ordem apresentada pelo Vereador
Juarez Pinheiro durante a Qüinquagésima Sessão Ordinária, relativa ao
cumprimento dos preceitos regimentais que versam sobre a proporcionalidade de
representação partidária na constituição de comissões especiais e quanto à
regimentalidade da indicação, nos termos do Requerimento nº 066/02 (Processo nº
1484/02), dos integrantes da Comissão Especial destinada a apreciar o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 001/02 (Processo nº 0692/02), que dispõe
sobre o Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do
Município de Porto Alegre, tendo os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Juarez
Pinheiro, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Estilac Xavier, João Antonio Dib,
Haroldo de Souza e Elói Guimarães manifestado-se a respeito. Após, o Senhor
Presidente proferiu decisão sobre a Questão de Ordem acima referida, fixando em
onze o número máximo de componentes da citada Comissão Especial, ao que o
Vereador Antonio Hohlfeldt apresentou, verbalmente, contra essa decisão, o
Recurso previsto no artigo 194, § 1º, do Regimento, ao que o Senhor Presidente
determinou que o mesmo fosse formalizado por escrito e tramitasse nos termos
regimentais. A seguir, foi aprovado o Requerimento nº 108/02 (Processo nº 2044/02
- Grande Expediente para homenagear os setenta anos de fundação do Sindicato
dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDE - RS e os sessenta anos
de fundação do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul - SINCOR - RS), de
autoria do Vereador João Bosco Vaz. Foi aprovado o Requerimento nº 124/02
(Processo nº 2336/02 - Moção de Apoio à Rádio Gaúcha pelas inserções, em sua
programação, de matéria sobre drogas), de autoria do Vereador Cassiá Carpes.
Foi aprovado o Requerimento nº 121/02 (Processo nº 2261/02 - Período de
Comunicações para homenagear o quadragésimo sétimo aniversário da Secretaria
Municipal da Educação - SMED), de autoria do Vereador Aldacir Oliboni. Foi
aprovado o Requerimento nº 126/02 (Processo nº 2436/02 - Grande Expediente para
homenagear o transcurso dos trinta e cinco anos de retorno do Batalhão de
Suez), de autoria do Vereador Fernando Záchia. Foi aprovado o Requerimento nº
131/02 (Processo nº 2536/02 - Grande Expediente para homenagear os quarenta
anos de fundação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE - de
Porto Alegre), de autoria do Vereador Pedro Américo Leal. Foi aprovado o
Requerimento nº 133/02 (Processo nº 2618/02 - Grande Expediente para homenagear
o Dia do Soldado), de autoria do Vereador Elói Guimarães. Em Discussão Geral e
Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de Lei do
Legislativo nº 243/01 e as Emendas nºs 01, 02 e 03 a ele apostas. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 037/02. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 053/02, após
ser encaminhado à votação pelo Vereador Carlos Alberto Garcia. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 058/02. Em
Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de
Resolução nº 086/02 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/00, o qual,
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Elói Guimarães e
Reginaldo Pujol, deixou de ser votado face à inexistência de quórum
deliberativo. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o falecimento do
ex-Deputado Estadual João Brusa Neto, ocorrido hoje. Às dezoito horas e treze
minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo
Pujol, João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador João
Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à
A
Sr.ª Izabel Beatriz Gules Franco, Vice-Presidenta do Sindicato dos Compositores
Musicais do Estado do Rio Grande do Sul, está com a palavra, pelo tempo
regimental de dez minutos, para falar sobre segurança pública.
A SRA. IZABEL BEATRIZ GULES FRANCO: Sr. Presidente Ver. João Carlos Nedel,
Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores e senhoras, só para
fazer uma correção, o meu nome de nascimento é Izabel Beatriz Gules Franco, mas
sou conhecida como cantora e compositora pelo pseudônimo artístico de Izabel
Larian. Só gostaria de fazer esse esclarecimento no que se refere ao
reconhecimento pelo meu pseudônimo.
Eu
estou aqui, com muito prazer, com muita honra, designada pelo Comitê de
Cidadania Nilo Torres, do qual eu faço parte. Esse é um grupo de intelectuais
que se situa dentro da Fundação Torre de Pedra, na Rua Águas Mortas, no Bairro
Medianeira, e nós fundamos um comitê de cidadania no intuito de colaborar com
esta Casa e com a Assembléia Legislativa do Estado, no sentido de intermediar
questões palpitantes das nossas comunidade de Porto Alegre.
Nós
– como artista e advogada - entendemos, assim como um grupo de intelectuais que
forma o Comitê de Cidadania Nilo Torres, ser muito importante fazer essa
intermediação, até porque não há como esta Casa ter uma bola de cristal para
adivinhar o que está acontecendo com a comunidade, e também é importante que a
comunidade utilize devidamente espaços nobres como este, da Tribuna Popular, e
que possa trazer o seu clamor.
Fomos
procurados por um grupo de pessoas, e eu fiz um documento que vou
apresentar-lhes. Não vou lê-lo. Vou fazer algumas considerações que nós
julgamos importantes dentro do Comitê de Cidadania Nilo Torres.
Nós
refletimos sobre a seguinte questão: Fomos procurados por um grupo de pessoas
da Rua Águas Mortas, Bairro Medianeira, que registra, sistematicamente, à luz
do dia, assaltos a residências, inclusive com mortes de cães que guardam essas
residências. Nós sabemos também que não somos os únicos a sofrer essas
agressões. Isso nos fez, como intelectuais, como pessoas voltadas a um trabalho
comunitário, refletir sobre aquilo com o qual poderíamos colaborar, como comitê
de cidadania, e fazer com a comunidade, ou seja, um trabalho inclusive até
reflexivo. Sabemos também que vai longe o tempo em que se cobravam do Executivo
e do Legislativo soluções caídas do céu, como se com uma varinha de condão se
resolvessem questões tão importantes como as da segurança pública. Então,
quando volta para esta Casa o Projeto de Lei do nobre Ver. Nereu D’Avila que
cria a Secretaria Municipal de Segurança Pública de Porto Alegre, nós
convidamos os nobres edis a fazerem uma reflexão em torno da necessidade de se
criar um organismo tão importante, uma vez que a segurança tem de ser objeto de
estudo e planejamento adequado, e depois uma estratégia de ação dentro da
comunidade e com a comunidade.
Também
acreditamos que o trabalho da segurança pública não passa somente pela questão
da segurança em si, policiais, estratégia, formação de uma guarda municipal,
mas também pela questão da formação do homem, pois quem rouba, quem assalta e
agride o seu irmão, de alguma forma está deformado em sua personalidade ou na
satisfação de suas necessidades mais básicas, então, aí, nós vamos abordar a
questão do ponto de vista da educação que forma o homem.
O
nosso País insiste em não adotar escola de tempo integral, que, a nosso ver, é
necessária num país de tantas carências e num país de Terceiro Mundo, como é o
Brasil, que enfrenta problemas econômicos muito sérios. Se nós pensarmos na
formação do homem, do ponto de vista da educação integral, nós vamos ver que
ele, na escola de tempo integral, tem a alimentação do físico, uma formação
social mais adequada, uma preparação para a vida e, o que é mais importante do
que tudo, para uma profissão. Não adianta só pensar em uma Secretaria de
Segurança Pública em Porto Alegre, mas devemos também dar mais atenção à
questão da educação e à questão do social. São milhares e milhares de pessoas
nos sinais, embaixo das pontes e em nossas portas. Nós, que temos escritórios
situados na calçada, praticamente no chão, no primeiro andar, observamos isso
no dia-a-dia.
Por
que nós estamos falando aqui hoje como um comitê de cidadania? Porque essa
solução, o nosso ver, passa pelo cidadão. Não adianta nos fecharmos a sete
chaves, com grades, porque vamo-nos trancafiar e o nosso futuro será uma
sociedade desumana, onde, não teremos uma vida harmônica, se não nos
conscientizarmos. Então, por isso é que formamos o Comitê de Cidadania Nilo
Torres, na Medianeira. Queremos espalhar outros comitês em Porto Alegre, no
sentido de nós, que temos esse esclarecimento, que somos acostumados a fazer
essa intermediação, Ver. Pujol, junto à Assembléia e à Câmara, discutirmos com
a comunidade e vermos uma forma, também - acho que é muito importante dentro do
Projeto do Ver. Nereu - onde se pense em um conselho popular para uma
Secretaria de Segurança. Não adianta, de quatro em quatro anos, ou de oito em
oito, entrar um Secretário de Segurança Pública dentro de uma estrutura e
dizermos que ele descobriu uma solução para a segurança pública. Acho que ouvir
a comunidade é fundamental, temos que abrir espaço para a sociedade civil se
manifestar, sob pena de governarmos para nós mesmos. É impossível. Então, o
cidadão precisa ser inserido dentro desse contexto, Ver. Nereu D’Avila; fica
aqui o meu pedido, não sei se ainda há tempo de colocar alguma coisa nesse
sentido, no seu Projeto, ou seja, um conselho da sociedade civil opinando,
colocando a sua opinião, de forma até voluntária, como é o caso do nosso
Comitê, para assessorar uma Secretaria dessas para que realmente cheguemos a um
futuro mais promissor, mais agradável para todos na sociedade de Porto Alegre,
na sociedade brasileira.
Não
vou estender muito o meu pronunciamento, é essa a mensagem. Considero dado,
então, o recado dos moradores da Águas Mortas, Medianeira, onde funciona o
Comitê de Cidadania Nilo Torres, do qual com muita honra faço parte. Para
finalizar, vou ler uma mensagem pequena, de Nelson Mandela, extraída do seu
discurso de posse de 1994, que me fez refletir, me fez vir até aqui e me
colocar à disposição, não só do nosso Comitê de Cidadania, mas também desta
Casa, para trabalhar pela comunidade de Porto Alegre.
(Lê.)
“Nosso maior medo não é o de sermos inadequados; nosso maior medo é o de sermos
poderosos além da medida. É nossa luz e não nossa escuridão o que mais nos
apavora. Perguntamos a nós mesmos: Quem sou eu para ser brilhante, esplêndido,
talentoso e fabuloso? Na verdade, por que você não o seria?
Você
é um filho de Deus; bancar o pequeno não serve ao mundo. Nada nos esclarece no
sentido de nos diminuirmos, para que outras pessoas não se sintam inseguras em
torno de nós.
Nascemos
para tornar manifesta a glória de Deus, que está dentro de nós. Ela não está em
alguns de nós, está em todos nós. E, quando deixamos que a nossa própria luz
brilhe, inconscientemente damos a outras pessoas permissão para fazer o mesmo.
Quando nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença, automaticamente,
liberta os outros.”
Como eu sei que esta mensagem é transmitida pela TV Câmara, gostaria de dizer à
comunidade de Porto Alegre: Cidadãos porto-alegrenses, é impossível pensar na
Câmara de Vereadores ou na Prefeitura de Porto Alegre governando Porto Alegre
sozinhas. Ou os cidadãos participam desse processo, forçando essa participação,
ou, realmente, vai ficar muito difícil o nosso futuro.
Muito
obrigada pela oportunidade. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Agradecemos a Sr.ª Izabel Beatriz Gules
Franco pela sua participação na Tribuna Popular e convidamo-la para compor a
Mesa durante todo o período da Tribuna Popular.
O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente Reginaldo Pujol, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, prezada oradora da Tribuna Popular desta tarde,
nossa amiga Izabel Beatriz Gules Franco. Nós, por todos os motivos, elogiamos o
seu pronunciamento, pelo seu conteúdo, pela sua maneira explícita, pela sua
didática. Cumprimentamos, por intermédio de V. S.ª, o Comitê de Cidadania, e V.
S.ª traz à sociedade de Porto Alegre uma questão importantíssima e que a TV Câmara vai reproduzir.
A
ilustre oradora da Tribuna Popular trouxe uma visão ampliadora daquilo que
Porto Alegre tem hoje, que é o Orçamento Participativo, no qual há muitas
dúvidas e muita polêmica, e não é o caso de discutirmos isso aqui, mas V. S.ª
traz uma amplitude qualitativa: comitês de cidadania para discutirem problemas
da mais alta importância para a população como, por exemplo, o da segurança
pública. Saiu nos jornais anteontem, nos jornais nacionais, exatamente uma nova
rodada na qual o principal problema brasileiro, segundo a pesquisa, é o
desemprego, e, em seguida, com dezenove vírgula tanto, quase 20%, a segurança,
e o terceiro problema nessa pesquisa, a saúde, fica com 11%, quase a metade da
segurança, e, em quarto, a educação. Então, veja bem, V. S.ª enfocou esse
problema, mas enfocou o problema da maneira mais apropriada possível, e disse
com todas as letras: não basta apenas, também, segurança em si, tem de haver
segurança, inclusive, com a participação, com educação e também com atendimento
das questões sociais, nas questões de buscar na raiz do homem para prepará-lo
para o futuro e não para uma marginalidade. E não adianta também nos
transformarmos em reféns de grades. Então, o pronunciamento de V. S.ª foi
absolutamente, no meu entendimento, perfeito e pertinente.
Queríamos dizer, nobre amiga que usou a Tribuna Popular, que
nos ufanamos em cumprimentar o Sr. Tarso Genro com relação ao que foi publicado
no jornal de hoje: “Tarso promete reforçar policiamento e diz que vai duplicar
o efetivo policial nas ruas.” É uma vitória nossa, do povo, porque o Sr. Tarso
e o seu PT aqui do Rio Grande e de Porto Alegre, que é o mais atrasado em
relação ao PT Nacional, acham que colocar policiamento ostensivo não adianta.
Pode não solucionar, e V. S.ª acentuou bem, pode não solucionar, porque é um
conjunto de fatores, e não só uma atitude, mas é bom que o Sr. Tarso Genro,
finalmente o PT, saia do seu enclausuramento e perceba que tem, sim, que
colocar mais policiamento na rua, porque o policiamento também faz parte. E aí
V. S.ª elogiou a nossa iniciativa da Segurança Municipal, do Projeto de
Segurança que também quer apenas ampliar, por intermédio da Guarda Municipal,
que são mais de mil homens em Porto Alegre, que também ajudem na segurança, nos
problemas pertinentes à municipalidade, como as gangues nas praças, como o
conflito camelôs e fiscais da SMIC.
Enfim, encerro dizendo à nobre oradora que acho que uma
atitude isolada não soluciona, mas com diversas atitudes, diversas iniciativas,
conforme V. S.ª acentuou no seu pronunciamento, sem sombra de dúvida, nós
chegaremos, se não a uma solução, pelo menos a que tenhamos ou que o
porto-alegrense tenha mais segurança na sua casa, no seu lar e no seu trabalho.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. MARCELO DANÉRIS:
A orientação dada a todos os Vereadores é que as questões de campanhas, de
candidaturas, de Partidos, de legendas e coligações não podem ser ditas aqui na
Câmara por conta da Lei Eleitoral. Quero salientar isso, já que o Ver. Nereu
tratou do nosso candidato, Tarso Genro. Apesar de ele já admitir a vitória do
nosso candidato, acho que não é um tratamento isonômico, salvo se abrir a todos
os Vereadores a possibilidade de falarem sobre os candidatos. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Gostaria de apelar aos senhores
Vereadores no sentido de que a aplicação dessa recomendação da Justiça
Eleitoral seja olhada com muita tranqüilidade. Como Presidente dos trabalhos,
não pretendemos ser, de modo algum, fiscais das manifestações dos Srs.
Vereadores, impedindo que os mesmos se manifestem livremente, como é decência
no uso e no exercício do mandato. Há essa recomendação, no sentido de que não
se utilize a tribuna para se fazer manifestações eleitorais, mas sendo esta uma
Casa política, não vejo como não se fazer referências a fatos políticos que
envolvam o cotidiano da Cidade. Então quero, tranqüilamente, indeferir a
Questão de Ordem suscitada pelo Vereador Líder da Bancada do PT, com todo o
respeito.
O SR. NEREU D’AVILA: Só gostaria de dizer que somente fiz uma
leitura de jornal, que é manchete hoje. É apenas uma apreciação absolutamente
pertinente. Em segundo lugar, gostaria de desmentir, desfazer nos Anais da
Casa, o que o Vereador disse, que já reconheci vitória. Eu não reconheci
vitória de ninguém. Isso é absolutamente estúpido e inconseqüente.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Dá mesma sorte que tratei a Questão de
Ordem do Ver. Marcelo Danéris, e com o maior respeito ao ilustre ex-Presidente
desta Casa, também indefiro a sua Questão de Ordem, porque foi mais uma réplica
do que uma Questão de Ordem.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente em exercício, Ver.
Reginaldo Pujol, Sr.ª Izabel Beatriz, nossa satisfação em tê-la aqui. Em nome
do Partido Trabalhista Brasileiro, aceite as nossas boas-vindas aqui na Casa do
Povo. Não nos furtaremos de falar sobre segurança pública. Isso não é campanha
eleitoral. A falta de segurança é uma coisa constatada pela população do Rio
Grande do Sul. Eu até ouvi murmúrios aqui atrás, de um Vereador da situação,
quando a senhora se pronunciou. Este é um assunto que dói muito nesta
Administração e que vai morrer abraçado com este Secretário de Estado. A grande
pergunta é se ele vai continuar, para a desgraça da população do Rio Grande do
Sul. Nós podemos falar da segurança, porque ela está calamitosa, é uma vergonha
para o Rio Grande e para Porto Alegre. Aqui é o centro dos acontecimentos, nós
estamos na Capital, na Grande Porto Alegre, onde nós sentimos que há, sem
dúvida, um descontrole geral da segurança pública. Portanto, afirmo que não
podemos fugir da realidade; a realidade é esta, não existe segurança.
Quero
cumprimenta-la pelos comitês da cidadania, que a senhora tenha nesta Casa a
liberdade de se expressar, que nós, Vereadores, que representamos o povo de
Porto Alegre, possamos dizer a verdade. A verdade é esta: não existe segurança
no Rio Grande e na nossa Capital. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Ver. Reginaldo Pujol, minha querida
Izabel, eu falo pelo Partido dos Trabalhadores, numa delegação do Ver. Marcelo
Danéris, Líder da minha Bancada. Todos os assuntos tratados na Tribuna Popular,
minha cara Izabel, são muito caros para nós, porque, regra geral, refletem
problemas da nossa Cidade. Nós estamos muito atentos às questões de segurança.
Nós sabemos que esse é um problema que percorre a humanidade. Nos dias de hoje,
mais do que nunca, seja a violência doméstica, sejam as tragédias, como vimos,
estampadas esta semana nos jornais de todo o Estado, como ocorreu numa família
em Santa Cruz do Sul, seja no Oriente Médio, onde estamos vivenciando a cada
minuto uma nova tragédia, há insegurança das pessoas; nós vimos a tragédia
daquelas crianças, como também na Irlanda, onde elas têm medo de ir para a
escola por causa dos conflitos existentes. A nossa Cidade é cheia de conflitos.
Nós
vemos os morros de outras cidades do País tomados pelo narcotráfico, vemos como
a questão do roubo de cargas, da transposição das nossas fronteiras, é uma
coisa corriqueira, e que o Paraguai, de fato, é o grande espaço para esse tipo
de ilegalidade, inclusive a violência que depois é gerada no nosso País e em
outros países, por contrabando de armas e coisas do tipo. Portanto, queremos
dizer, em nome do nosso Partido, da nossa Bancada, que acompanhamos, que
estamos atentos e, mais do que nunca, estamos implementando um conjunto de
políticas na Cidade. A nossa Vereadora, hoje Secretária-Geral do Município,
está tratando sistematicamente desta questão. Ontem, ainda, a imprensa
notificou que a Prefeitura bancará mais dez motocicletas para a Brigada Militar,
e um policiamento onde nós sabemos que também há problemas. Não é só na
Medianeira. Nós sabemos que os problemas existem e nós os estamos enfrentando
um a um. Queremos, sim, que as comunidades nos tragam esses problemas, mas que
a questão de segurança não seja transformada num palco de debate puramente
político-ideológico partidário eleitoral, neste momento, mas que seja uma
preocupação de cidadania, como eu acho que deve ser tratada a questão de
segurança por todos nós, sejam cidadãos, sejam Parlamentares da Câmara
Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, minha
cara Izabel Franco, Vice-Presidente do Sindicato dos Compositores, na verdade
nós não podemos falar do que não existe; segurança não existe. Nós temos de
falar na insegurança. Mas eu tenho uma tese de que responsabilidade se assume e
não se transfere. O nosso Governo do Estado abandonou completamente a área de
segurança. A Prefeitura de Porto Alegre, com algumas motocicletas entregues à
Brigada Militar, quer ajudar, eu não tenho dúvidas, mas não colocou em
funcionamento, senão depois de muito tempo, o sistema de televisão na área
central – e nem sei se está funcionando. Mas a verdade, que foi bem colocada, é
educação para se conseguir segurança. A nossa Lei Orgânica fala em educação em
tempo integral, mas na Prefeitura nenhuma escola funciona em tempo integral. Ao
contrário, as que funcionavam, hoje não funcionam mais. Então, fica muito
difícil não querer criticar, porque, na verdade, nós estamos presos dentro das
nossas casas e os bandidos tranqüilamente trafegam nas ruas da Cidade. Ontem
mesmo, dois policiais militares foram mortos cruelmente por bandidos que estão
livres nas nossas ruas.
Precisamos,
com urgência, de medidas sérias para que se obtenha segurança. Hoje, só temos
insegurança. É sobre esse assunto que deveríamos falar sempre: a insegurança em
que vivemos, porque parece que não há preocupação por parte dos responsáveis
pela nossa segurança. O homem público deve ter sensibilidade e capacidade de
resposta. Todos sentiram que vivemos em insegurança, mas ninguém fez nada e nós
vamos continuar lutando por isso.
Por
isso eu a cumprimento. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver.
Reginaldo Pujol, é uma alegria para nós recebermos nesta Casa a Sr.ª Izabel
Beatriz Franco; é um prazer muito grande, ainda mais que ela fala de uma região
que nós conhecemos muito bem, porque vivemos por ali.
Digo
para a Izabel que acredito que os problemas sociais estão interligados. Acho
que essa grande violência urbana que nós, hoje, enfrentamos não pode estar
separada do problema do desemprego, do problema das promessas falsas dos nossos
administradores públicos, e tudo isso vai fazendo com que, infelizmente,
tenhamos cada vez mais insegurança.
Não
podemos admitir. Por exemplo, ali na nossa região, na III Perimetral, aquele
trecho da Aparício Borges, que era para ter sido entregue em abril - estamos no
mês de agosto - até agora está inconcluso. O asfalto é feito e é esburacado de
novo. Eu imagino o quanto é que está custando a mais para a população aquela
obra.
Isso
tudo, Izabel, vai irritando o cidadão, tornando o cidadão mais inseguro.
Vivemos, naquela zona da Águas Mortas, o problema do riacho, depois a
canalização, que foi malfeita, mal elaborada, que causou uma porção de
problemas para aquela gente daquela região.
Tudo
isso, na verdade, vai fazendo com que as pessoas fiquem inseguras: os empregos
que são mandados embora do Rio Grande do Sul, as pessoas ficando cada vez mais
sem emprego e sem alternativa, cada vez mais sem dinheiro; é riqueza que não
circula. Então, é muito ruim o quadro, e esse quadro vai fazendo com que a
sociedade fique violenta, e por isso mesmo nós vivemos em completa insegurança.
É
bom que surja uma pessoa como você que tenha um pensamento muito claro, que
seja muito consciente para que, através da sua liderança, quem sabe, nós vamos
encontrando caminhos para que possamos enfrentar esses problemas. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Encerramos o período da Tribuna Popular,
agradecendo a Sr.ª Izabel Beatriz Gules Franco, Vice-Presidente do Sindicato
dos Compositores Musicais do Estado do Rio Grande do Sul, pela pertinência do
assunto trazido à consideração da Casa e pela forma absolutamente didática como
ele foi apresentado, numa demonstração da importância que a cidadania atinge ao
utilizar esse expediente regimental que permite que o povo, pelas suas
representações, aqui se manifeste. Isso valoriza mais ainda a nossa Tribuna
Popular, e nós nos sentimos muito gratificados em recebê-la nesta tarde.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h47min.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol – às
14h50min): Estão
reabertos os trabalhos. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
4401/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 288/01, de autoria dos Vereadores Helena Bonumá e
Adeli Sell, que estabelece normas para o serviço de transporte de carga
exercido por meio de motocicleta de aluguel no Município de Porto Alegre e dá
outras providências. Com Substitutivo nº
01.
PROC.
1078/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 060/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o Prêmio de
Educação Thereza Noronha à Professora Eny Guerreiro Subtil.
PROC.
1629/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
institui a Feira e Mostra de Fotografia e Materiais Afins.
PROC.
1834/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/02, que denomina Praça Maria Francisca Gomes
Garcia um logradouro público não-cadastrado, localizado na Vila Safira.
PROC.
2262/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
disciplina o comércio ambulante na orla do Guaíba.
2ª SESSÃO
PROC.
0028/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 018/02, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que concede o Prêmio de
Educação Thereza Noronha ao Professor Ênio Roberto Kaufmann.
PROC.
2142/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 045/02, que declara de utilidade pública a
Fundação Central Sul-Americana para o Desenvolvimento de Drogas Anticâncer -
SOAD.
PROC.
2155/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que
acrescenta o inciso VIII ao § 1º do art. 236 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre.
PROC.
2185/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/02, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede
o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. José Sperb Sanseverino.
PROC.
2215/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Monsenhor Augusto
Dalvit.
PROC.
2227/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 080/02, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o troféu Honra
ao Mérito ao Padre Cláudio Mossi Damé.
PROC.
2252/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo e
outros, que altera a Lei nº 7.855, de 25 de setembro de 1996, que oficializa,
em Porto Alegre, a Semana Farroupilha e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, na Pauta, no dia de hoje, mais cinco novos
projetos; na Ordem do Dia, oitenta e seis projetos para serem votados, alguns
de 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, e também de 2002. Mas, agora, nós vamos ter
mais cinco.
O
Ver. Adeli Sell, com a Ver.ª Helena Bonumá, apresenta um Projeto de Lei
estabelecendo normas para o serviço de transporte de carga exercido por motos.
Bom, é mais um Projeto de Lei.
Mas
eu acho engraçado que, apresentado o Projeto de Lei, no dia 20 de novembro de
2002, este Projeto recebeu um Substitutivo no dia 18 de junho de 2002, só que,
nos poucos minutos que tive para analisar, o Projeto e o Substitutivo são
exatamente iguais.
É
claro que todo mundo tem que procurar buscar a solução para os problemas que
devem ser enfrentados, mas já tem um, nas condições aqui colocadas, que um motoboy, uma moto para telentrega pode
ser usada a cada quinhentos habitantes. Portanto, Porto Alegre poderia ter duas
mil e seiscentas motos; já tem mais do que isso. Então, já vai ter um embaraço
para dizer quem sai e quem fica. Mas a Procuradoria da Casa coloca uma série de
itens, apesar de reconhecer que é da iniciativa do Município, na forma da
Constituição, art. 30, por ser peculiar interesse legislar sobre o tema. Mas aí
o legislar vai muito mais longe do que a Constituição permite. Então, diz que,
no que tange ao Projeto de Lei e ao Substitutivo, a Constituição, art. 170, diz
que: “a livre iniciativa deve ser resguardada”. Já não está sendo no Projeto de
Lei.
Então,
fica afetado pelos conteúdos normativos e parágrafo 5.º do art. 2.º e o art. 15
das proposições. E por aí vai. Então, há uma série de medidas que excedem a Lei
Orgânica, que encontram óbices na Constituição Nacional.
O
mesmo Ver. Adeli Sell pretende a Feira da Mostra Fotográfica e Materiais Afins.
Tem o meu aplauso, porque eu acho que a fotografia deve ser cada vez mais
estimulada. E esta Casa, agora, no dia 26, vai apresentar o resultado do Prêmio
Sioma Breitmann em fotografia preto e branco, que é algo que foi iniciado por
nós aqui e que tem recebido apoio da população, daqueles que se interessam pela
arte. E eu penso que se nós levarmos à praça pública a coisa deve ser melhor
ainda e vai ser muito mais aproveitado. Mas, também, a Procuradoria já está
dizendo que o art. 2.º - e o Projeto tem quatro artigos - não deve ser
aprovado, deve ser retirado, porque também vai além das condições que nos
autoriza a Lei Orgânica. Então, na verdade, está sugerida a supressão do art.
2.º do Projeto, pois a matéria é de competência privativa do Prefeito. Mas eu
penso que o Prefeito não vai discordar, porque a medida é boa. Está colocando
que as despesas eventuais para uma feira na praça sejam por contra da
Prefeitura, o que é natural. Mas penso que o Prefeito não irá discordar.
E,
por outro lado, o mesmo Ver. Adeli Sell propõe um Projeto de Lei que disciplina
o comércio ambulante na orla do Guaíba. Ver. Adeli Sell, eu reconheço a sua boa
intenção, mas eu achava melhor, já que não está não sendo permitido fazer
negócios na orla Guaíba, que não se abram portas.
Porque
nós tivemos aí, por anos, a luta da Prefeitura com o pessoal que estava nas
margem do rio Guaíba, em Ipanema. Eu penso que seria melhor deixar a Secretaria
Municipal de Indústria e Comércio, de repente, cuidar da indústria e do
comércio, e não de outras coisas, e tratar dos problemas da Cidade.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Ex.ª há de convir que no meu Projeto de Lei há mecanismos que
fazem com que tudo isso seja efetivamente discutido dentro de uma visão global
da Cidade. Gostaria que V. Ex.ª desse novamente uma olhada no Projeto.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu encerro, Sr. Presidente, dizendo que
se a parede está fechada não se abre uma porta desnecessariamente. Saúde e paz.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação, de acordo com o art. 35,
inciso XVI, § 51 do Regimento, o nome dos servidores Elisabete Borges Martins e
Karina Pacheco Cardozo, para representar a Câmara Municipal de Porto Alegre no
Conselho Municipal de Assistência Social - CMAS, conforme indicação da Comissão
de Saúde e Meio Ambiente. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que estiverem de acordo
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a indicação da funcionária Rita de Cássia Lopes Silveira, matrícula n.º
4.100-4, como representante, na qualidade de titular, deste Legislativo, no
Conselho Municipal de Alimentação, por indicação da Comissão de Educação,
Cultura e Esportes. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que estiverem de acordo
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Registramos
a presença de trinta alunos da série do Colégio Estadual Emílio Massot,
acompanhados das Professoras Ana Gabriel e Odila Regina Borges. Essa é uma
atividade que faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial da Casa
realiza junto a escolas e entidades de ensino de Porto Alegre e da região Metropolitana.
Sejam bem-vindos.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente em exercício, Ver.
Reginaldo Pujol, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. Quero saudar
carinhosamente, também, os alunos, futuro do Brasil, que aqui se encontram em
nossa Casa. Sejam bem-vindos. Vou continuar com os meus sonhos. Sonhar é um
direito do homem. E eu sempre disse que quem não sonha não tem direito à vida.
Por exemplo, sonho com os parlamentares não deixando acontecer isso. (Mostra,
em suas mãos, o espelho da Sessão.) Temos aqui mais de meio quilo de papel. Não
é demagogia, é a “real”, é a realidade. Se fizéssemos do jeito que vou fazer
agora, não precisaríamos, em todas as Sessões Plenárias, consumir tanto papel,
que, revertido em cadernos para as escolas públicas e alunos carentes,
estaríamos ajudando bem mais o nosso povo. Levei para casa isto aqui, estudei
os projetos. Estou adiantando os serviços, e, para a Sessão de quinta-feira, a
Casa não precisa mais me mandar isto aqui.
Por enquanto, só a metade: Processo n.° 4.401/01, dos Vereadores Adeli Sell e Helena Bonumá: normas para o serviço de motocicleta de aluguel – voto “sim”; Processo n.º 1.078/02, do Ver. Paulo Brum: Prêmio de Educação Tereza Noronha à Professora Eny Guerreiro – voto “sim”; Processo n.º 1.620/02, do Ver. Adeli Sell: institui a Feira de Fotografia – voto “sim”; Processo n.º 1.834/02, Projeto de Lei do Executivo: denomina Praça Maria Francisca Gomes na Vila Safira – voto “sim”; Processo n.º 2.262/02, autoria do Ver. Adeli Sell: disciplina o comércio ambulante na orla do Guaíba – voto “sim”; Processo n.º 0028/02, de autoria do Ver. Cassiá Carpes: Prêmio de Educação ao Professor Ênio Roberto – voto “sim”; Processo n.º 2.142 – Projeto do Executivo: declara de utilidade pública a Fundação Central Sul-Americana para o Desenvolvimento de Drogas contra o Câncer – voto “sim”; Processo n.º 2.155/02, autoria do Ver. Beto Moesch: acrescenta o inciso VIII ao parágrafo 1.º do art. 236 da Lei Orgânica – voto “sim; Processo n.º 2.185, de autoria do Ver. Luiz Braz: Título Honorífico de Cidadão ao Dr. José Sperb – voto “sim”; Processo n.º 2.215, de autoria do Ver. João Carlos Nedel: Título de Cidadão ao Monsenhor Augusto Dalvit, voto “sim”; Processo n.º 2.227, de autoria do Ver. Nereu D’Avila: Troféu Honra ao Mérito ao Padre Cláudio Damé – voto “sim”; Processo n.º 2.252, de autoria do Ver. Sebastião Melo: altera a Lei n.º 7.855, de 25 de setembro de 1996, que oficializa a Semana Farroupilha – voto “sim”.
Na
Ordem do Dia: Proc. n.º 1.962/00, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá: inclui
parágrafo único no art. 75 da Lei Orgânica – voto “sim”; Processo n.° 1.319/01,
de autoria do Ver. Sebastião Melo: altera redação da Lei Orgânica, atribuições
do Prefeito - para discutir no Plenário; Processo n.º 3.838/01, de autoria do
Ver. Sebastião Melo: inclui parágrafo na Lei Orgânica, carta-contrato – voto
“sim”; Processo n.º 0783/97, de autoria do Ver. Paulo Brum: estímulo fiscal às
empresas que tenham no mínimo 5% de pessoas portadoras de deficiência – voto
“sim”; Processo n.º 001/00, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro: nova redação na
Lei Complementar n.º 320, de maio de 1994, denominação de logradouros – voto
“sim”; Processo n.º 1.357, de autoria do Ver. Luiz Braz: alterações na Lei que
disciplina Concessão do Direito Real de Uso de área de propriedade do Poder
Público, discutido em Plenário - sem voto definido; Processo n.º 3.197, de
autoria do Ver. Luiz Braz: altera dispositivos da Lei de 1995, do passe-livre -
voto “sim”; Processo n.º 3.496, de autoria do Ver. Adeli Sell: proíbe animais
ferozes em circos de Porto Alegre - voto “sim”.
Com isso, espero ter
colaborado com a Casa, antecipando votações e dando agilidade aos trabalhos
deste Legislativo. Se alguma norma foi ferida, perdoem-me, mas gosto de
exercitar os meus sonhos, e um deles é ver o trabalho legislativo mais ágil e
principalmente mais econômico. Gostaria que este calhamaço de papel que mostrei
aqui, que é entregue aos Srs. Vereadores em todas as Sessões Plenárias, um dia
fosse revertido na fabricação de cadernos para os alunos carentes do Município
de Porto Alegre, já que a situação está complicada para todos nós, imaginemos
então para as pessoas que, mesmo trabalhando, recebem ao final do mês 200, 300
reais, quando muito.
O direito de sonhar e de
esperar que as coisas mudem deve ser exercido por todos, e eu faço esse
exercício porque entendo que leis foram feitas para serem cumpridas, mas também
para serem alteradas.
Ontem,
Sr. Presidente, um deputado barrado no Piratini porque foi levar pão e água aos
agentes penitenciários que estão fazendo um protesto - que sempre foi arma do
PT. O MST pode tudo, são “de casa”, fazem e acontecem com a cobertura do PT. Um
peso e duas medidas de um Governo que se diz popular e democrático. O PT não
faz o que fala e não assume o que faz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
Pauta o Substitutivo do Ver. Adeli Sell, que estabelece normas para o serviço
de transportes de carga exercido por meio de motocicleta em Porto Alegre. É um
Substitutivo longo, extenso, já bem discriminado. Nota-se que foi muito bem
estudado, que permite o serviço de transporte de carga por motocicletas de
aluguel, a também chamada telentrega, que será explorada exclusivamente por
pessoa jurídica e que tem um limite: cada empresa não poderá ultrapassar 10% da
frota autorizada para Porto Alegre, ou seja, tem limitações adequadas. Também
para a pessoa física: o motorista profissional autônomo poderá ter apenas uma
motocicleta inscrita, devidamente licenciada. Também há uma quota geral, que é
um serviço de moto-entrega para cada quinhentos habitantes do Município; então,
com uma limitação já ampla. Nós já aprovamos o Projeto da Ver.ª Helena Bonumá;
agora o Ver. Adeli Sell entra com um Substitutivo para que sejam estabelecidas
novas normas para esse serviço. Já disse, é um Projeto amplo, que merece um estudo
aprofundado. Por esse Projeto a Prefeitura fará o serviço de licenciamento e de
fiscalização. Preocupamo-nos sempre com as taxas que a Prefeitura cobra, com os
impostos que a Prefeitura cobra. Eu vou examinar mais a fundo, sem dúvida. Não
sei se está estabelecida a taxa de licenciamento, qual é o valor dela - eu não
pude ainda verificar -, mas vi que há algumas exigências: Folha Corrida, os
condutores têm de participar do cadastro, e também deve haver uma inscrição na
EPTC. Preocupo-me sempre também com a burocracia, mas também há o outro lado:
empresas que abusam ao realizar esse serviço. Por isso, é preciso haver o
controle público adequado.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Fico muito feliz por V. Ex.ª comentar o nosso Projeto de Lei, que,
na verdade, é um Substitutivo, sobre o qual eu vinha trabalhando com a Ver.ª
Helena Bonumá, sendo que agora ela assumiu a Secretaria-Geral do Município.
Existe uma Legislação sobre a qual a Ver.ª Helena Bonumá trabalhou, e eu vinha
trabalhando sobre o mesmo tema. Nós, de comum acordo, elaboramos este
Substitutivo, inclusive discutindo com o Sindicato, com a Associação da
categoria. Vereador, nós temos uma grande preocupação exatamente com o processo
de legalidade que existe nesse segmento. Há cidades em que a situação se tornou
insustentável, e Porto Alegre ainda está num patamar de resolvermos essa
situação. Há muitos e muitos acidentes, pessoas com gravíssimos problemas,
empresas não-registradas, cooperativas completamente ilegais, autônomos que não
têm a mínima condição de dirigir motocicleta, sem, inclusive, condições físicas
da motocicleta e muito menos condições psicológicas de quem a dirige. Queremos
fazer com que tenhamos um excelente serviço de telentrega em Porto Alegre. Não
haverá burocracia, porque tivemos o cuidado de discutir com o Poder Público
para que isso seja de uma agilidade sem precedentes na história burocrática do
nosso País.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O seu tempo está esgotado, Ver. João
Carlos Nedel.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Esse tempo foi acelerado, mas, tudo bem,
eu respeito.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): É o relógio que marca, Vereador. V.
Ex.ª, muito democraticamente, concedeu um aparte que lhe consumiu dois minutos,
o que o prejudicou.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Pois não, eu lhe sou grato. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para discutir a Pauta.
Peço
que o Ver. João Carlos Nedel, 1.º Secretário da Casa, assuma a presidência dos
trabalhos.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, no período de discussão de Pauta, vou-me referir
ao Projeto do Ver. Haroldo de Souza que quer disciplinar a propaganda em
postes. Acho uma providência muito proveniente, pois - a população pode
verificar - os postes estão preferencialmente com uma agremiação partidária, e
isso não é democrático, porque, se o poste é público, exatamente para que a
democracia seja exercida na sua plenitude, é impossível que apenas um partido
exerça o monopólio desse bem público. Em Novo Hamburgo, já é vedado o uso de
qualquer tipo de propaganda em postes. Aqui em Porto Alegre, evidente, que,
sobre os bens públicos, sobre o patrimônio público - estátuas, monumentos - também
há vedação de uso. Agora, teremos que chegar ao extremo de disciplinar a
propaganda em postes, o que até lamentamos, visto que sempre esteve inserido no
processo democrático o uso do poste. Mas, havendo treze partidos em disputa,
democraticamente constituídos, eles todos têm direito à eqüidade. Ou nós
aprofundaremos o assunto, e teremos que aprovar o Projeto do Ver. Haroldo, ou
nós, e é a sugestão que dou, entraremos em contato, pela Presidência da Câmara,
como instituição, com o TRE, para que os postes sejam sorteados, como já
acontece com os outdoors, porque
assim não haverá uma apropriação indébita dos postes. Acho até que a expressão
“apropriação indébita”, que é do Código Penal, está perfeitamente adequada ao
que ocorre hoje em Porto Alegre e, segundo informações, em todo o interior do
Estado. Foi alguma coisa pré-concebida, adredemente planejada: um partido
político resolveu bancar o açodado, ou seja, planejaram que toda a propaganda
estivesse pronta antes da convenção e, em seguida da convenção, adonaram-se
daquilo que é de todos. Então, há prejuízos evidentes aos demais partidos, e os
partidos têm que ser preservados. E mais, há candidatos que estão colocando
material inclusive em cima de placa de sinalização de trânsito, prejudicando o
trânsito. Creio que o espetáculo democrático é muito bonito, é maravilhoso, ele
é colorido, participativo e, no caso de Porto Alegre, está havendo uma nódoa,
pois que estamos somente com um partido tomando conta daquilo que é patrimônio
de todos.
Eu insisto em que, ou nós façamos como em Novo Hamburgo,
onde está proibida a colocação de propaganda em postes, aprovando a iniciativa
do Ver. Haroldo de Souza, que é proibitiva, que eu, francamente, acho radical,
ou – é uma sugestão que deixo da tribuna - que entremos em contato, via Mesa da
Câmara, com o Tribunal Eleitoral, para que, pelo menos em certas regiões da
Cidade, haja uma distribuição eqüitativa para que todos os partidos possam ter
acesso àquilo que é de todos. Não é possível que alguém, porque é mais rápido, porque
é mais açodado, porque tem propaganda pronta antes, porque tem mais dinheiro,
se adone dos espaços, o que visivelmente está prejudicando outros partidos.
O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Estou na mesma linha do discurso de V. Ex.ª. O Projeto de autoria
do Ver. Haroldo de Souza chegou em boa hora a esta Casa. Digo mais a V. Ex.ª: o
TRE já multou o candidato do PT ao Governo do Estado. Aliás não foi uma, foram
várias as autuações feitas pela má utilização dos postes onde há sinalização de
trânsito. Sou grato a V. Ex.ª.
O SR. NEREU D’AVILA: Muito obrigado, Ver. Ervino Besson. Eu
concluo chamando a atenção da Casa no sentido de que cada eleição é uma
eleição, as circunstâncias são peculiares, mas é evidente que uma coisa é
absolutamente clara e cristalina: o direito que todos têm - todos os partidos,
todos os candidatos, todas as coligações - de colocar as suas propagandas nos
postes. Ou, a exemplo dos outdoors,
que os postes sejam sorteados.
Creio
que não chegaremos a um denominador comum sem uma lei, que seria restritiva. A
minha sugestão é a de que Câmara tome a iniciativa de, por intermédio do
Tribunal Regional Eleitoral, procurar uma solução. Eu já contribuo com a minha
pequena parcela de visão de que, ou por região na Cidade, ou por sorteio – é
impossível sortear poste por poste –, haja uma maneira eqüitativa de que todos
tenham o direito de colocar a sua propaganda e o direito de ver o seu nome ou
do seu partido publicizado para a escolha soberana, em 6 de outubro, que será
feita pelo povo de Porto Alegre.
Muito
obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância em relação aos poucos segundos do meu
tempo que eu ultrapassei. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Comunico às Sr.ªs Vereadoras e
Srs. Vereadores que se encontra no Plenário, para conhecer a Câmara Municipal
de Porto Alegre, o filho do Dr. Harri Amorim Costa, ex-Governador do Estado do
Mato Grosso do Sul, do Partido Progressista Brasileiro, Sr. José Carlos Giordani
Costa, S. S.ª é Assessor Parlamentar do Ver. Miltinho Viana do PSL de Campo
Grande, Mato Grosso do Sul. Seja muito bem-vindo Sr. José Carlos Giordani
Costa, sua presença aqui honra este Parlamento.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nos
vários assuntos constantes na Pauta e da Discussão Preliminar, um, em terceiro
dia e em véspera de sair da Pauta, deve merecer a nossa atenção: é o Projeto de
Lei do Legislativo que dá nova redação à Lei Municipal n.º 7.855, de 25 de
setembro de 1996, que oficializa em Porto Alegre a Semana Farroupilha e dá
outras providências. Esse Projeto, Sr. Presidente, tem uma característica, uma
característica que o seu autor, o formal Ver. Sebastião Melo, com muita
dignidade, fez questão de esclarecer logo no início de sua tramitação, na folha
05 do Projeto, requer que a Diretoria Legislativa aja no sentido de deixar
expresso que o presente Projeto de Lei é de iniciativa conjunta dos trinta e
dois Vereadores que o firmam. Em verdade, esse Projeto agasalha uma
reivindicação que foi formulada perante todas as Lideranças da Casa e todos os
Srs. Vereadores, pelos integrantes da Associação dos Piquetes do Parque da
Estância da Harmonia e do Estado do Rio Grande do Sul, e objetiva
fundamentalmente estabelecer, no parágrafo único do artigo 1.º, uma redação na
qual fica expresso que os eventos culturais previstos no caput desse artigo serão coordenados pela Secretaria Municipal da
Cultura e terão o apoio direto do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, do
Movimento Tradicionalista Gaúcho, da Associação dos Piquetes do Parque da
Estância da Harmonia e do Estado do Rio Grande do Sul, bem como de entidades
afins, objetivando a organização de um calendário a ser desenvolvido no período
de 13 a 20 de setembro. Também propõe o Projeto que se acrescente o inciso VIII
ao art. 2.º da Lei n.º 7.855/96 com a seguinte redação: “VIII – Associação dos
Piquetes do Parque da Estância da Harmonia e do Estado do Rio Grande do Sul.”
Esses esclarecimentos, Srs. Vereadores, são relevantes, na medida em que,
primeiro, enfatizam essa situação singular de que a Casa, na sua totalidade,
subscreva o Projeto, em consonância com a reivindicação popular que aqui
chegou. Segundo, porque nos permite uma análise reflexiva sobre a Lei n.º
7.855, que lamentavelmente não é considerada pelo Executivo Municipal, pois não
lhe dá cumprimento nos seus vários artigos, que não se esgotam naqueles que
hoje estão sendo modificados pela proposta. A proposta tem no Ver. Sebastião
Melo o primeiro subscritor. É uma iniciativa do conjunto da Casa, mas que em
vários outros itens não vem sendo respeitada. E, agora, mês de agosto, mês que
antecede os festejos da Semana Farroupilha, Ver. Elói Guimarães, mais uma vez
se observa que aquelas imposições legais, contidas de forma normativa dentro da
lei em vigor, não são atendidas. Não existe a oficialização da comissão, que
planejaria e organizaria os eventos. E mais uma vez ocorrerá que os eventos
serão organizados, dirigidos, tão-somente pelo Movimento Tradicionalista do Rio
Grande do Sul, que não deixa morrer, em Porto Alegre, a chama votiva da
tradição.
E
eu quero dirigir uma crítica candente à senhora Titular da Secretaria Municipal
de Cultura, nossa colega Vereadora, pessoa por quem tenho muito apreço, mas
cansei de cobrar as providências nesse sentido inseridas dentro do Projeto de
Lei, portanto, lei vigorante no Estado e no Município, mas que não são
cumpridas nem pela Secretaria da Cultura, nem pelos demais órgãos da
Administração Municipal vinculados ao assunto. Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª, eu
já gizei, teve a elegância e a ética de estabelecer - em que pese V. Ex.ª ser o
primeiro signatário desse Projeto, esse Projeto pertence a toda a Casa -, com
esse Projeto, a oportunidade singular de que possamos fazer, como efetivamente
estamos fazendo neste momento, uma cobrança do Executivo da Cidade, para que
cumpra na sua integralidade a Lei que agora estamos modificando a pedido da
Associação que reúne os piquetes do Parque da Estância da Harmonia e demais
piquetes existentes no Estado do Rio Grande do Sul. Fica aqui esse registro,
Sr. Presidente, pertinente sob todos os aspectos, não só porque nós estamos no
mês que antecede, Ver. Adeli Sell, aos festejos da grande jornada épica dos
nossos antepassados, mas sobretudo a reiteração - porque está sendo descumprida
essa lei - de que é um fato extremamente lamentável e até atentatório contra a
cultura do Rio Grande.
Na
medida em que não se respeita sequer a lei que oficializou os festejos da
Semana Farroupilha em nossa Cidade, que mais há de se esperar em termos de
respeito à legislação vigorante nesta Cidade? A tudo se desrespeita, não
desrespeitem ao menos a cultura do Rio Grande!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, traz-me a esta tribuna um assunto que, por mais de uma vez, já
tratei neste Plenário e que agora o competente Ver. Adeli Sell trata mais
profundamente, e trata de disciplinar essa situação. Estou-me referindo ao
comércio ambulante da orla do Guaíba, na Usina do Gasômetro, aqui pertinho.
Eu
já disse aqui inúmeras vezes da beleza daquele lugar: Rio Guaíba, pôr-do-sol,
Usina do Gasômetro, feiras, atividades culturais, shows musicais e aquele comércio ambulante enfeiando, deteriorando
aquele cartão-postal de Porto Alegre. Eu já disse aqui inúmeras vezes, Ver.
Adeli Sell, que é preciso uniformizar, provavelmente com quiosques, aquela
orla. É preciso privilegiar aqueles ambulantes que estão ali, cadastrá-los. E a
Prefeitura, ao embelezar aquele local, estará dando não só condições materiais
para que aquele pessoal possa trabalhar, como também condições de higiene –
principalmente – para o comércio de lanches e bebidas na orla do Guaíba. Eu sei
que o Sr. Secretário do Meio Ambiente, Ver. Gerson Almeida, é contrário a esta
iniciativa, mas é preciso, Ver. Juarez Pinheiro, dar condições para que aquelas
pessoas possam se organizar. Elas não estão organizadas, mas têm permissão para
trabalhar naquele local. Então, o que é que se vê ali? É uma kombi de lanches,
um grande isopor para lanches, um pequeno isopor, é um carrinho, e a falta de
higiene. Portanto, Ver. Adeli Sell, o Projeto de V. Ex.ª vem em excelente
momento. O Projeto de V. Ex.ª vai contribuir, e muito, primeiro para organizar
aquele pessoal; segundo, vai valorizar aquela área, vai valorizar o trabalho
que os ambulantes fazem ali, e vai dar condições de higiene para que a própria
população que ali vai para caminhar, ou para correr, ou para assistir a shows, sinta-se segura de que o alimento
que está consumindo tem condições de higiene.
Concedo
o aparte ao nobre Ver. Adeli Sell, autor desse Projeto que disciplina o
comércio de ambulantes na orla do Guaíba.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª Permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Bosco Vaz,
exatamente na perspectiva com que V. Ex.ª abordou é que pensamos o Projeto.
Além disso, queremos, na estética, e principalmente na questão da saúde e na
vigilância de alimentos, na vigilância sanitária, dar oportunidade, inclusive,
para que Porto Alegre tenha exemplos de bons lanches, de boa apresentação de
comida, nesse espaço onde as pessoas circulam e precisam se alimentar. Por
exemplo, alimentos provindos das nossas várias etnias, como o acarajé que vem
da Bahia, que tenhamos um lugar adequado para ser vendido, o que hoje é
impossível.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Fala-se muito em turismo em Porto Alegre.
Pegamos a praia, o litoral, Imbé, São Lourenço, o litoral Sul, e todos os
quiosques têm condições de higiene. Portanto, sou favorável a esse Projeto, que
disciplina o comércio de ambulantes na orla do Guaíba, de autoria do Ver. Adeli
Sell. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, há quase dez anos que eu agito a opinião de Porto
Alegre dizendo: “São os foragidos!” Desde o tempo do ex-Governador Collares,
que concordou comigo em programa de televisão, há pouco tempo, reconhecendo que
era verdade, era Secretário o Dr. Gama, e eu dizia: “Prendam os foragidos!
Capturem os foragidos!” O que é preciso fazer para isso? Equipar a Delegacia de
Capturas da Polícia, que já não existe mais. A Delegacia de Capturas já não
existe mais! Não sei o que os luminares da Secretaria da Segurança Pública
fizeram que terminaram com a Delegacia de Capturas. Há bem pouco tempo eu
reclamava que se precisava compor a Delegacia de Capturas, mas eu não sabia que
tinham terminado com ela!
Então,
nós lemos nos jornais de hoje essas duas baixas: de um Sargento e de um Capitão
da Brigada Militar. E quem os matou eram foragidos. Foram dois foragidos num e
noutro acidente, e tudo ocorreu quase que simultaneamente no Hospital Cristo
Redentor. O Sargento Ari Frank foi atingido por um tiro mortal, que causou uma
hemorragia tremenda na sua femural e ele se foi, dando uma baixa! Um homem de
quarenta e oito anos, profissional emérito da Polícia Rodoviária Estadual, que
ali pela região de Alvorada surpreendeu dois motoqueiros na mesma moto – assim,
hoje em dia os foragidos assaltam, porque os foragidos têm de assaltar. Como é
que um foragido vai comer? Como é que um foragido vai morar? Tem de assaltar. E
o outro foi o Capitão da BM, que pertencia ao Serviço de Inteligência do
Destacamento do Sarandi, e que também nos deixou. O Capitão Vieira chegou a ser
levado para o Hospital Cristo Redentor, quase que simultaneamente os dois. Duas
tremendas baixas dessa Brigada que está com claros incríveis; e, o pior, sob a
completa indiferença do Governo do Estado.
O
Governo do Estado não atina, não conhece segurança pública. Essa é a grande
acusação que eu faço ao Sr. Olívio Dutra, que não conhece segurança pública e
colocou como Secretário de Segurança um homem que também não conhece segurança
pública. Então, estão brincando com a segurança pública, brincando com a sociedade.
Onde nós vamos parar? Nós temos que exigir, pelo menos, que os nossos
governantes tenham a consciência e que procurem resolver os problemas com
inteligência e com preparo. Se não possuem boas intenções, vá lá, mas têm de
ter preparo! E o Governo do Estado não liga, atravessou esse tempo todo, quatro
anos de Governo, e a segurança pública fazendo água, cada vez mais baixas, os
criminosos cada vez mais atrevidos e o número de foragidos cada vez maior. Eu
calculo que, no Rio Grande do Sul, há oito mil foragidos. Na época do Alceu
Collares havia dois mil, e eu acusei em rádios, televisões, em tribuna, que
havia dois mil e agora há oito mil! O que os senhores pensam que pode
acontecer? Os senhores são as presas, a sociedade se constitui em presas desses
homens que não têm alternativa senão atacar, cada vez mais, a sociedade para
poder sobreviver, para poder comer.
É
um problema sério! E ainda apontam o Rio Grande do Sul como gabarito de
segurança pública em âmbito nacional. Mas como? Isso é um fracasso!
Ver.
Marcelo Danéris, V. Ex.ª é um homem sensato e não pode concordar com isso.
Ver.ª Sofia Cavedon e Ver. Aldacir Oliboni, é preciso expurgar, de uma vez por
todas, este Governo nefasto em segurança pública, um Governo incompetente, que
não teve absolutamente a sensibilidade de corrigir os seus senões! E, hoje em
dia, nós vemos dois homens da Brigada Militar caírem, tentando intervir. Um
estava num Vectra, num carro discreto, fazendo a patrulha pelas estradas
estaduais, quando foi surpreendido pelos dois foragidos que o atacaram. Um
deles – parece-me - morreu e já morreu tarde! O outro matou o Capitão com tiros
na cabeça! Mas onde é que nós vamos parar? Nós estamos em agosto de 2002, e eu
reclamando aqui; do que estou reclamando? Mas eu não sei o que estou fazendo
aqui, já estou cansado! Já estou cansado de falar sobre segurança pública,
reclamar sobre segurança pública! E o PT, inerte, não se mexe, e não diz ao seu
Governador que é preciso mudar!
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vereador, o seu tempo esgotou-se.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu sei, muito obrigado. E acho que vou
voltar aqui outras vezes reclamando mortes de militares, mortes de policiais
civis e não vou reclamar morte de bandido. Porque bandido tem de ser tratado
como ele é, como ele escolheu! Bandido só tem um destino: a morte, e enterrado
de pé! Os direitos humanos foram os que mais nos prejudicaram em todos esses
governos aí, socializantes!
Eu
já vi que o PT está irrequieto! Pelo menos eu causo isso neles, eles ficam
irrequietos! Fiquem irrequietos, mas comuniquem essa irrequietude ao
Governador, para o Governador despertar e tirar o Secretário de Segurança!
Ainda é tempo! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Vereador. O Ver. Fernando Záchia
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o que me traz à tribuna é uma notícia publicada
hoje no Correio do Povo, que diz:
“Anuladas as multas de radar sem placa.” A matéria refere que a EPTC decidiu
anular cinqüenta e seis autos de infração aplicados a motoristas que trafegavam
na Av. Padre Cacique, próximo ao Estaleiro Só, na manhã do dia de ontem. O
motivo da invalidação das multas foi a ausência de uma placa indicativa da
presença do radar móvel na via, como preconiza o Código Nacional. O
Diretor-Presidente da EPTC, Luiz Carlos Bertotto, explica que a justificativa,
que o pedestal da placa teria sido quebrado e esta não pôde ser colocada, então
estava funcionando o radar móvel com o consentimento dos seus Agentes Fiscais.
Então, evidentemente, que os Agentes Ficais sabiam que estavam autuando os
motoristas de uma maneira irregular. E o Presidente da EPTC anulou os cinqüenta
e seis autos de notificações, porque recebera diversos telefonemas de pessoas
que teriam visto que o radar móvel estava lá sem a devida sinalização.
O
que eu quero debater neste momento? Primeiro, dizer que trânsito se faz com
muita educação, tem que educar as pessoas. Trânsito tem que ser feito conforme
determina o Código. Se dá o direito à EPTC de multar aqueles motoristas que
estão acima dos valores da velocidade permitida, evidentemente, e o Código diz
isso, para que eles possam fazê-lo, eles têm que obedecer às determinações do
Código em referência a atuação dos Agentes, que é sinalizar as vias, e tem que
haver uma placa, a 300m do radar móvel, indicando que aquela via está sendo
fiscalizada pelo radar móvel. Mas quando a EPTC não faz isso, e não foi uma
maneira excepcional, foi excepcional a revogação dos autos de notificação,
porque as pessoas avisaram a EPTC e também avisaram os jornais de Porto
Alegre... E os jornais puderam ir lá e noticiar que estava sendo feito o
trabalho sem a devida sinalização. Este Vereador, no mês de junho, mostrava as fotos
nas quais um motorista havia sido multado pelo radar móvel, próximo ao radar
fixo da FIERGS, mostrando que a placa de sinalização da EPTC estava amarrada na
árvore. Então, a excepcionalidade que o Presidente Bertotto está dizendo, que o
pedestal da placa teria sido quebrado, esta foto (Mostra a foto.) de 16 de maio
de 2002 comprova que não, que lá está amarrada a placa que sinaliza a
velocidade máxima permitida, indicativo para que o radar móvel possa trabalhar,
numa árvore – o que é proibido -, demonstrando que não há o mínimo preparo das
pessoas que se utilizam do radar móvel.
Insisto,
dizendo que o trânsito se faz com muita educação. Tem-se que investir, dizer
para as pessoas quais as velocidades permitidas; tem-se que sinalizar de
maneira transparente, clara. Não é colocando radar móvel, como foi colocado
nesta semana no final da Av. Castelo Branco, multando as pessoas a 60km/h,
quando existe uma pequena placa lá no início da Av. Castelo Branco dizendo que
essa mesma velocidade é permitida. Sempre se adquiriu a cultura de que naquela
via são permitidos 80km/h, pois é o início da freeway. As pessoas estão andando e as que trafegam acima de 60km/h
são autuadas. Vamos ter um processo transparente, vamos colocar placas
informativas, placas explicativas, determinando, definindo a velocidade
permitida para que os motoristas tenham conhecimento, e não ficar de tocaia,
escondido atrás da árvore, sem sinalização, sem placa indicativa, pegando o
motorista que está momentaneamente a três, quatro ou cinco quilômetros acima da
velocidade permitida. Primeiro, o motorista nem sabe se aquele equipamento está
devidamente aferido, se está preciso quanto à velocidade, e o motorista, que
não é irresponsável, mas momentaneamente desatento, deve ser educado,
informado. Não só se penaliza, como tem sido, me parece, o único objetivo da
EPTC. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
saudar os muitos funcionários municipais que estão presentes, que estão
ansiosos para que nós, nesta Casa, possamos definir o presidente e o relator da
Comissão, para que possamos também terminar de vez o Projeto da Previdência
Municipal. Quero também salientar que eu gostaria de obter essa relação para
que eu pudesse também me dirigir aos funcionários públicos municipais, já que
Vereadores da bancada da situação estão remetendo à casa do funcionários.
Gostaria de ter essa relação para que tenhamos equilíbrio, para que possamos
falar também da Previdência Pública Municipal.
Quero
dizer que a minha cidade, São Borja, de onde cheguei hoje pela manhã, está
isolada do Estado. Por um lado, de Santiago a São Borja, está intransitável;
não há como chegar, nem como sair. A economia do Município está com um prejuízo
enorme, e o prejuízo pessoal de motoristas que querem se deslocar para outras
cidades, quebrando seus carros. Portanto, uma cidade histórica, uma cidade
importante da fronteira Oeste, está praticamente isolada do Estado por um
Governo Federal que não faz nada. Há muito tempo, vejo Deputados Federais e
Estaduais prometendo, e a coisa não sai do papel. Voltei pelo outro lado. Mas
de São Borja a Santo Ângelo é quase a mesma coisa. Está difícil chegar na
fronteira Oeste; está difícil chegar em São Borja. Eu pergunto: como a economia
de um Município de tradição, com mais de sessenta mil habitantes, vai gerar
empregos? Como vão levar indústrias àquele Município? Como o Município vai diversificar
a sua economia, que é específica? Na década de 60, foi o linho; na década de
70, foi o trigo; na década de 80, foi a soja; agora, o arroz. Como vai-se
diversificar sua economia? Esta é a situação da fronteira Oeste: abandonada
pelo Governo Federal e agora sendo abandonada pelo Governo Estadual no sentido
Santo Ângelo.
Por
outro lado, estive no Colégio Estadual de São Borja, a convite, onde estudei, e
há um processo de informatização desde junho de 1997, proposto pelo Governo do
Estado, no sentido de que as escolas desenvolvessem um projeto de informática,
chamado Projeto Informática na Educação. (Lê.) “O projeto foi concluído e
entregue na data prevista. No dia 26 de dezembro de 1997, a escola recebeu uma
circular, com data de 23 de dezembro de 1997, onde comunicava com imensa
satisfação que a Comissão Técnica de Avaliação, estabelecida para apreciar os
projetos, tinha decidido pela aprovação do projeto elaborado pela escola. Em
abril de 2001, fomos comunicados, verbalmente, em reunião do Orçamento
Participativo, pela Prof.ª Carmem Iara Leal Corin, Coordenadora da 35.ª CRE de
que o CESB (Colégio Estadual São Borja) fora contemplado com cinqüenta
computadores e que estes seriam entregues até o mês de julho do mesmo ano, ou
seja, 2001. Várias vezes entramos em contato com a 35.ª CRE solicitando
informações sobre a entrega dos referidos computadores e sempre obtivemos a
resposta de que em breve estaríamos recebendo-os. Infelizmente, até o momento,
a entrega não se concretizou.” Uma das maiores escolas de São Borja. Estou
citando fatos. Como uma região vai prosperar, crescer economicamente, se não
tem recursos, e quando tem, porque quem sabe foi o outro Governo, ou porque
agora São Borja está longe, as estradas não deixam transitar a sua produção, a
sua economia. Entendo que chegou a hora de nós quebrarmos essa tradição, pois,
se um Governo promete, o outro deve cumprir. Aqui está dizendo que o Orçamento
Participativo, tão falado pela Administração Municipal e Estadual, vai fazer,
foi prometido para aquela comunidade.
A
segurança é um caos, a educação está indo para outro caos, e aquela região não
tem mais estradas nem federal nem estadual para que os seus cidadãos possam
fazer chegar a sua produção, fluir naturalmente por este Estado, aos portos, e,
conseqüentemente, propiciar o crescimento dessa região. É uma pena que tenhamos
que buscar outras alternativas para a valorização daquela região, que é
tradicional na pecuária, na agricultura e quer, sem dúvida, a diversificação da
sua economia. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Apregoamos a Emenda n.º 01, de
Liderança, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, ao PLL n.º 049/02, que dispõe
sobre a distribuição de publicações e similares por órgãos da Prefeitura Municipal
de Porto Alegre.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e pessoas que nos
assistem pela TV-Câmara, gostaria de saudar todos. No meu último
pronunciamento, meu caro Ver. Pedro Américo Leal, falei sobre a insegurança que
existe em nossa Cidade, mas, infelizmente, os acontecimentos nos obrigam a mais
uma vez vir a esta tribuna falar sobre o que ocorre em Porto Alegre, ou seja,
está havendo insegurança total, em todos os níveis.
Falei
aqui sobre o Loteamento da Cavalhada, e aqui eu via na página 43 do jornal Zero Hora... Eu disse, no meu último
pronunciamento, que adultos, jovens e, agora, crianças estão assaltando à mão
armada. Presidente João Carlos Nedel, crianças de sete, oito, nove anos
assaltando à mão armada.
Eu
tenho alertado à Brigada, nos contatos que temos seguidamente na CONCEPRO, que
a Brigada, quando faz revistas, ou nas barreiras feitas seguidamente naquela
região, tem de revistar as crianças. O Major Kumers, se está me ouvindo - ou
alguém que esteja ouvindo o meu pronunciamento - poderá confirmar o que estou
dizendo. Eles têm de revistar as crianças. É uma tristeza chegarmos a esta
tribuna e falarmos desse modo sobre as nossas crianças, mas refiro-me às
crianças que estão andando armadas. Aconteceu, como eu já disse, na
sexta-feira, um assalto ao Minimercado Fontana, feito por quatro crianças com
uma média de sete ou oito anos. E vejam aqui na página 43 da Zero Hora, que diz o seguinte: (Lê.)
“Loteamento da Cavalhada receberá intervenção do Município no combate ao
crime.” Mas que tipo de intervenção? Mais abaixo diz que no fim de semana
haverá alguns eventos para que as crianças e os adolescentes... Enfim, diz que
o Executivo colocará algumas alternativas para os adolescentes daquela
comunidade.
No
fim de semana, eles não têm hora para assaltar: acontece às 7, 8, 9, 10, 11
horas, ao meio-dia, 2, 3, 4, 5 horas da tarde, eles não têm hora para assaltar,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores! Mas que tipo de intervenção a Prefeitura vai
fazer ali, no fim de semana, culpar meia dúzia de crianças?! Eu acho que a
coisa é muito mais séria, é muito mais profunda!
Meu
caro Ver. João Bosco Vaz, queira Deus que V. Ex.ª se eleja Senador. Eu sei que
não posso falar, desculpe, é proibido, é contra a Lei, retiro o que falei.
Mas
que tem que ser feita alguma coisa, ah, isso tem. A Prefeitura trouxe aqui o
Luiz Eduardo Soares. A Cidade estava aguardando com euforia que ele viesse aqui
e que trouxesse algo para melhorar a nossa segurança. E o que melhorou em
relação a nossa segurança? Eu penso que até piorou.
Vejam
V. Ex.ªs que, no dia de ontem, mais dois policiais, o Capitão
Vieira, jovem de trinta e dois anos de idade, e o Sargento Ari Frank, quarenta
e oito anos de idade, perderam a vida.
Ver. Pedro Américo Leal - e V.
Ex.ª fez um pronunciamento nesta tribuna -, os piores crimes que acontecem são
ocasionados por pessoas condenadas e que deveriam estar na cadeia. Até quando
nós vamos estar vivendo e convivendo com a situação dramática em que esta
Cidade vive? Não existe paz, as pessoas não têm tranqüilidade e segurança nem
para sair das portas de suas residências. As pessoas têm medo de ir ao
supermercado, os familiares estão intranqüilos enquanto os filhos e filhas
estudam à noite. Que Deus – e nós confiamos nesse nosso Ser Todo-Poderoso lá de
cima – consiga colocar na cabeça dessas pessoas, principalmente pessoas que têm
a responsabilidade de analisar com profundidade e com responsabilidade esse
assunto, o que anda acontecendo no que se refere à segurança na nossa Cidade.
Porque do jeito que está... Se hoje o Governador declarasse estado de
calamidade pública, eu penso que não seria demais, porque o que estamos vendo é
uma situação extremamente triste, e estamos convivendo com isso. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Carlos Nedel,
que preside os trabalhos neste momento, demais Vereadores, Vereadoras, todos
aqueles que nos assistem nesta Casa, os que nos assistem em suas casas pela
TV-Câmara, queria no dia de hoje manifestar, em nome da Bancada do PC do B, a
nossa irresignação diante da liminar obtida no dia 2 de agosto, pelo
SINDIÓPTICA, considerando inconstitucional a Lei Municipal n.º 7.109 de 1992,
chamo a atenção dos que nos escutam, 1992! Por essa decisão, incrivelmente
concedida como liminar, sem exame do mérito, o comércio de Porto Alegre ficaria
autorizado a abrir todos os domingos, todos os feriados e todos os feriadões. É
preciso colocar, como primeira questão que causa espanto, o fato de ser
concedida uma medida liminar, medida de urgência para caso de ameaça iminente
ao direito, ameaça irreversível, que tenha sido concedida para uma lei que vige
nesta Cidade há dez anos! Essa é a primeira surpresa. Segundo, causa espécie
que essa liminar tenha sido concedida apenas dez dias depois que outro pedido
de liminar feito pelo SINDILOJAS tenha sido negado pelo Desembargador Élvio
Schuch Pinto, em brilhante decisão. Eu chamo a atenção a algumas considerações
do Desembargador. Ele primeiro diz: “Não foi demonstrado, nem se pode deduzir
logicamente da inicial, onde reside o alegado risco de dano, autorizador do
deferimento de liminar, mormente porque a lei que pretende suspender está em
vigor há dez anos.” Liminar para uma lei que está em vigor há dez anos! E ele
vai além e diz: “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem ressaltado
que, independentemente do fundamento tese de inconstitucionalidade, o decurso
de significativo lapso temporal entre a edição do ato normativo e a propositura
da ação desautoriza o reconhecimento de situação configuradora de risco, inviabilizando
a concessão de medida cautelar.”
Portanto,
há dez dias um Desembargador disse: “Olha, é brincadeira, depois de dez anos
dizer que há condições para pedir uma liminar.” E dez dias depois um outro
desembargador diz que há risco iminente e concede uma liminar.
Agora,
qual é uma das alegações da decisão? Que a Constituição, no seu art. 24, diz
que é federal a decisão sobre o horário de abertura do comércio. O que diz a
Constituição? Diz que compete à União, ao Estado e Distrito Federal legislar
sobre Direito Comercial. O que tem a ver Direito Comercial com horário de
abertura? É realmente espantoso o que está acontecendo nesta Cidade e neste
Estado. É alegado também que a Constituição Estadual retiraria da competência
do Município esta questão. O que diz o art. 13? “É competência do Município
dispor sobre o horário de funcionamento do comércio local.” O que diz a Lei
Orgânica? “Cabe ao Município ordenar as atividades urbanas, fixando condições e
horários para o atendimento do público no comércio.” O que diz a lei federal
que autorizou, onde não há lei estadual, o funcionamento do comércio aos
domingos? Faz a ressalva ao art. 30, inciso I, da Constituição. O que diz o
art. 30, inciso I? Que é competência do Município legislar sobre as questões
locais.
Para
concluir, queria referir que existem inúmeras decisões do Pleno do Tribunal
Estadual, dizendo que não é inconstitucional a Lei n.º 7.109. Uma delas é a
ADIN n.º 592078372. E ali, Ver. João Antonio Dib, inclusive é colocado que não
é inconstitucional a lei do Município que restringe ou que libera o
funcionamento do comércio nos dias feriados e domingos, dotado que é de
autonomia administrativa. Portanto, absurdo dos absurdos, uma liminar sem o
exame do mérito contra algo que já foi decidido pelo Pleno do Tribunal Regional
do Rio Grande do Sul em inúmeras ações de inconstitucionalidade.
Concluo
dizendo que efetivamente essa decisão, essa liminar envergonha a Justiça do Rio
Grande do Sul e, certamente, será derrubada pelo Pleno, como já o Pleno decidiu
em outros momento. E nós aqui manifestamos a nossa profunda discordância por
algo que foi uma agressão a esta Casa, que já votou inúmeras vezes essa questão
e decidiu que deve ser mantida a Lei.
Está
havendo uma ingerência indevida contra a decisão consolidada nesta Casa. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
saudar todos e os telespectadores que acompanham a nossa Sessão pela televisão
e, especialmente, cumprimentar os senhores funcionários aposentados da
Prefeitura que acompanham esta Sessão na expectativa de que possamos resolver
esse qüiproquó em torno da Comissão Especial que vai analisar o processo sobre
a Previdência enviado pelo Executivo Municipal a esta Casa e que se encontra,
infelizmente, com a sua tramitação sustada por uma Questão de Ordem do Ver.
Juarez Pinheiro. Eu espero que isso se resolva logo, hoje, isso, a fim de que
não se fique empurrando com a barriga esse processo até o vencimento do prazo
final e, por conseqüência, a Casa não possa estabelecer a Comissão.
Estranho
que só se levante o número de Vereadores da Comissão agora nesta Comissão,
quando já outras tantas Comissões foram instaladas ao longo de todo o ano de
2002 com o número treze. Aliás, eu pensei que o PT gostava do número treze, mas
descubro que não. Já trocou com o PL, agora no mínimo vai abandonar o treze e
trocar pelo onze.
Mas,
fora isso, quero registrar que o Ver. Pedro Américo Leal falava aqui,
anteriormente, sobre a questão da segurança. Eu estive, Ver. Pedro Américo Leal
- e quero comunicar de maneira formal o Sr. Presidente da Casa, Ver. José
Fortunati, que assoma à sala -, terminei por representar a Casa, hoje à tarde,
às 14h, na reunião da UVERGS. A UVERGS abriu, hoje, às 14h, um congresso, um
simpósio sobre segurança pública em Municípios, com a presença dos Vereadores.
Então, Ver. Pedro Américo Leal, por um acaso estava lá representando o Dep.
Germano Rigotto, terminei por representar a Casa e antecipei, por minha conta -
peço desculpas a V. Ex.ª -, mas certamente V. Ex.ª se interessará pelo assunto.
Hoje e amanhã a UVERGS realiza esse simpósio, com a participação do Ministério
Público, da Secretaria de Segurança e de vários segmentos da sociedade, com os
Vereadores, sobre segurança pública. E como V. Ex.ª casualmente tocou no
assunto, eu já antecipava que V. Ex.ª passaria por lá para trocar idéias com os
Vereadores de todo o Rio Grande do Sul, que estão ali reunidos no Centro
Administrativo, no Auditório Fernando Ferrari, para discutir esse assunto.
Ninguém melhor do que V. Ex.ª, aqui da Casa, tem tocado nesse assunto, conhece
esse assunto e, portanto, quase que provoco V. Ex.ª para estar lá presente,
conversando com os nossos colegas das demais Câmaras Municipais.
Por
fim, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queria trazer aqui um tema que pretendo
retomar posteriormente. Há duas semanas, estive na cidade de Barcelona,
representando a minha Universidade, na busca de um congresso de Comunicação que
iremos trazer a Porto Alegre no ano de 2004.
Fiquei durante dez dias em Barcelona, tive a oportunidade,
apesar do trabalho intenso do congresso, de conhecer a Cidade, sobretudo a sua
infra-estrutura, visitando, inclusive, a Intendência Municipal. Mas voltei com
uma comichão na orelha, e talvez o sorriso do Ver. Adeli Sell possa me ajudar.
Se Porto Alegre é irmã de Barcelona, se o ex-Prefeito que largou esta
Prefeitura e traiu os seus eleitores gosta tanto de ir a Barcelona para fazer
congressos em Barcelona e conversar com o Intendente de Barcelona, por que o
PT, a Prefeitura de Porto Alegre e o ex-Prefeito, ou o atual - que também pode
ir a Barcelona -, não aprendem com Barcelona e não melhoram esta Cidade dentro
do modelo socialista de Barcelona, Ver. Adeli Sell? Porque há algumas coisas
que Barcelona apresenta - embora sendo de um tamanho bem maior que o nosso, são
três milhões de habitantes - que certamente Porto Alegre poderia fazer; por
exemplo, uma das coisas que nós mais discutimos aqui na Casa, sem sucesso, é o
turismo. Barcelona realmente tem infra-estrutura de turismo; por exemplo, Ver.
Isaac Ainhorn, Barcelona tem o comércio aberto aos domingos. Não é uma Cidade
conservadora, fechada em si mesma, até porque, se não abrir o comércio aos
domingos, é um desastre para Barcelona, porque as pessoas compram. Aquele
turismo... Desculpe, Ver. Adeli Sell, o comércio de turismo abre sete dias por
semana, vinte e quatro horas por dia, porque se não fizer, evidentemente, as
pessoas fogem de Barcelona.
Eu voltei para Porto Alegre pensando isso: “Que contradição, o PT de Porto Alegre adora Barcelona, mas até hoje não foi capaz de copiar ou de seguir os passos de uma única coisa sequer de Barcelona e implantar em Porto Alegre.” Não falo das ruins, como, por exemplo, a má-educação do habitante de Barcelona, de um modo geral, o estar de mal com a vida, de modo geral, que o catalão tem, mas falo, sim, daquela coisa altamente positiva que é criar infra-estrutura na Cidade para receber visitantes e, a partir daí, ter desenvolvimento de turismo.
Quero
deixar essa pergunta no ar, sei que o Ver. Adeli Sell vai querer criar esse
debate junto comigo, e nós vamos poder, portanto, discutir um assunto
fundamental aqui para a nossa Capital. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Convido o Ver. Aldacir Oliboni para me
substituir aqui na Presidência.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nesta
segunda-feira, tivemos a oportunidade de comparecer ao lançamento e à abertura
oficial do Colégio Gema Angelina Belia, completando trinta anos. Para quem não
sabe, o Colégio Gema Angelina Belia fica na CEFER. Um detalhe importante: essa
escola, há alguns anos, vem travando uma séria luta, porque o terreno da escola
pertence a uma congregação religiosa que está solicitando o terreno de volta. A
direção da escola e o Círculo de Pais e Mestres já estiveram nesta Câmara,
mostrando a preocupação com aquela comunidade, onde mais de mil e quinhentos
alunos estudam. No final do ano passado, ficou acertado que essa escola seria
transferida para uma área ao lado, contígua ao atual prédio, só que essas são as
ironias. A área dessa Escola, que foi comprada, é da Associação dos
Funcionários da antiga CRT. Essa área foi comprada pelo Governo do Estado por 1
milhão e 800 mil, só que já era do Governo do Estado. A privatização da
telefonia no nosso Estado fez com que uma área do Estado fosse novamente
comprada pelo Estado.
O Sr. Pedro Américo Leal: Coincidência!
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: É, Ver. Pedro Américo Leal, aquelas
coincidências que mostram a malversação do dinheiro público, as ironias que
aconteceram com as privatizações, mostrando essa área de um custo de 1 milhão e
800 mil, um dinheiro que está sendo desembolsado duas vezes. Nós sabemos que a
questão da privatização do nosso Estado foi paga e até hoje a população não viu
grande parte desses recursos. Agora, o Governo paga novamente por algo que era
seu, ou seja, está pagando duas vezes pela mesma propriedade. Esses são os
absurdos que nós não entendemos. O grande fato que o Governo do Estado mostrou
é que aquela área ao lado vai fazer com que a comunidade - que é o objetivo
principal de qualquer dirigente político, o bem-estar comum - esteja
resguardada com aquele segmento, mostrando que, ao longo desse período, será
construído um belo prédio. Nós entendemos que é um anseio da comunidade que
possa ter algumas instalações esportivas, talvez um ginásio.
O
que mais nos preocupou, como político, foi que, mais uma vez, mostra-se o que
acontece com as privatizações no nosso Estado. Algo que era do Governo
Estadual, e, com a questão da privatização, teve de ser cedido para uma empresa
privada; hoje, para o Governo poder utilizar aquela área, teve de pagar
novamente. Volto a dizer, porque isso é muito sério e não se discutiu. Não se
discutiu que o Governo do Estado teve de, por duas vezes, comprar a mesma área.
Eu sempre volto a dizer da questão das privatizações. Neste nosso País,
privatizou-se praticamente tudo. E eu pergunto: as privatizações melhoraram a
saúde do povo brasileiro? Não melhoraram! Melhoraram o poder aquisitivo do povo
brasileiro? Não melhoraram. Diminuíram o déficit público? Não diminuíram. Pelo
contrário, o que vimos é que hoje o Brasil cada vez mais aumenta o déficit
público, a nossa saúde está mais sucatada, o povo brasileiro diminui o seu
poder aquisitivo cada vez mais. Então essas são as ironias das privatizações,
que não conseguimos entender, fazendo com que, com o dinheiro público, a mesma
propriedade seja paga duas vezes. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, eu
não sei se é um requerimento ou um esclarecimento. Nós estamos preocupados,
porque, pela primeira vez, o Sr. Prefeito pediu uma urgência de extrema
relevância nesta Casa, que é a urgência ao Projeto da Previdência. Sabemos que
este Projeto virá para a Pauta a partir do dia 9, obrigatoriamente, com parecer
ou sem parecer. Há encaminhamento no sentido de se constituir uma Comissão
Especial - tenho dúvidas sobre essa matéria. No entanto, há um Requerimento do
Ver. Juarez Pinheiro pedindo o pronunciamento da Mesa, dizendo que as
assinaturas colhidas se tornem inválidas, porque seriam apenas um terço e não
de treze Vereadores. Então, o Requerimento que faço a V. Ex.ª é de que, ainda
hoje, esta matéria seja apreciada pela Mesa. Porque, em não sendo apreciada
pela Mesa, nós vamos entrar, na nossa avaliação, num afunilamento, que chegará,
amanhã ou depois, e esta matéria vai vir para a votação sem a devida discussão
que nós entendemos que ela deve ter. Então, faço um apelo à Mesa, na medida em
que há uma consulta à Procuradoria da Casa - ela manifestou -, cabe, então, à
Presidência da Casa manifestar-se, até porque, com certeza, haverá recurso ou
não – isso não compete a mim analisar -, há, evidentemente, a preocupação de
que esta matéria não fique na gaveta e que nós possamos decidi-la para apreciar
a matéria no seu mérito, como é necessário.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Ver. Sebastião Melo, V.
Ex.ª pode ter a tranqüilidade de que a preocupação de V. Ex.ª é a preocupação
dos trinta e três Vereadores e também do funcionalismo público municipal desta
Cidade. Estamos encaminhando esta matéria para a Procuradoria, que logo vai dar
a informação que V. Ex.ª precisa e qualquer outra orientação que os Vereadores
necessitem. Esta matéria é uma matéria de urgência, é uma matéria muito séria,
porque vai tratar da previdência, da vida dos funcionários públicos municipais.
Então, é um assunto que vai merecer e carecer dos trinta e três Vereadores todo
o seu empenho, para que possamos ter a melhor previdência que os municipários
possam obter. Então, a Presidência vai cuidar com carinho deste assunto.
O
Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, quero tratar especialmente três assuntos hoje. Primeiro, a abertura
do comércio aos domingos. Nós queremos dizer, de maneira pública, aqui, que a
Bancada do Partido dos Trabalhadores – e tenho certeza que a Bancada da Frente
Popular – está empenhada, lutando duramente para que consigamos derrubar essa
decisão da Justiça que permite a abertura, totalmente desregulamentada, do
comércio aos domingos, que vem a prejudicar não só os trabalhadores, mas o
micro e médio comércio de bairro. Nós temos a certeza de que isso aí, além de
atacar o direito de todos os trabalhadores ao descanso, ao lazer, à cultura,
ainda vai gerar um maior desemprego em Porto Alegre, pois vai quebrar o pequeno
e médio comércio, principalmente o comércio de bairro. Nós entramos com pedido
à Mesa para que a Procuradoria tome as medidas judiciais cabíveis para
revertermos essa decisão judicial. Esperamos que hoje a Mesa nos responda,
sabendo quais foram as medidas tomadas para isso.
Segundo,
quero tratar aqui de um tema que foi tratado, que é a Comissão Especial, pedida
pelo Ver. João Antonio Dib, sobre o Projeto da previdência. A Bancada do
Partido dos Trabalhadores, a partir de uma questão levantada pelo Ver. Juarez
Pinheiro, contesta a formação de uma Comissão Especial tão importante quanto
essa, que não leva o cuidado sobre a proporcionalidade - que está prevista no
Regimento. O Regimento é muito claro: é um terço da Câmara. Não é a composição
pela quantidade de partidos, porque se tivermos vinte Partidos aqui, os vinte
Partidos estarão na Comissão, Ver. Pedro Américo Leal. Se tivermos trinta
Partidos, os trinta Partidos estarão na comissão, e, daqui a pouco, não é
preciso mais comissão, é só vir para o Plenário direto, porque perde o sentido
de ser. Com onze, aplica-se a proporcionalidade dos partidos aqui. A Bancada do
PT é a maior Bancada, portanto tem uma representação maior em qualquer
Comissão. É só isso que estamos pedindo, dentro do Regimento, por meio do
Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, entendemos que isso é justo e ponto
final. O trato sobre o mérito da matéria nós faremos na Comissão, aqui no
Plenário e onde for necessário. Isso é bom para a Câmara, é bom para o
funcionalismo e trataremos disso, com certeza, com a presença dos municipários
aqui, faremos esse debate, mas queremos uma Comissão Especial proporcional.
Por
último, Ver. Pedro Américo Leal, gostaria de trazer o tema da segurança
pública, já que foi tratado tantas vezes aqui. Uma pergunta simples para quem
nos assiste em casa, para quem nos assiste aqui, para os Vereadores e para as
Vereadoras, sobre esse debate do caos na segurança, que, obviamente, não
encontra razão na vida real: quem é capaz de dizer que a segurança pública no
Rio Grande do Sul é pior do que no Rio de Janeiro? Quem é capaz de dizer que a
segurança pública no Rio Grande do Sul é pior do que no Espírito Santo? Quem é
capaz de dizer que a segurança pública no Rio Grande do Sul é pior do que em
Alagoas? Quem é capaz de dizer que a segurança pública no Rio Grande do Sul é
pior do que na Bahia? Nós fomos escolhidos como o melhor Estado em segurança
pública, não pelo PT e nem por esse ou aquele partido da nossa base, mas pelo
Ministério da Justiça do Governo Fernando Henrique Cardoso. Não dá para dizer
que o Governo Fernando Henrique Cardoso é petista. Agora, precisamos tratar dos
dados da vida real. Temos uma crise na segurança pública neste País, que
envolve todo País. O índice de violência no País é altíssimo, Ver. Ervino
Besson, por conta do desemprego e de uma crise social brutal, como nunca se
viu. Mas é neste Estado que foram contratados mais de três mil servidores para
a segurança pública e vão ser contratados mais três mil; é neste Estado que
foram compradas mais de seiscentas viaturas, não foram alugadas como se fazia
no Governo anterior; é neste Estado que são pagos 222% de risco de vida para os
servidores da segurança; é neste Estado que é paga hora-extra para os
servidores; é aqui que foram comprados coletes, que foram compradas pistolas,
que foi comprado armamento; é neste Estado que há o menor índice de seqüestro de
todo o País; é aqui que diminuiu o número de homicídios. E este Estado também,
obviamente, sofre com a insegurança, como todo brasileiro sofre, mas é neste
Estado que se procura fazer, de maneira afirmativa, políticas capazes de
responder nesse sentido, e não só na área de segurança, mas na geração de
emprego e renda, nas questões sociais, culturais e de esportes, que retirem as
crianças e os adolescentes da mão dos narcotraficantes, dos traficantes, dos
traficantes de armas. Essa é a diferença! Então o Rio Grande do Sul precisa
avançar muito em segurança pública, como todo o País; mas, certamente, o Rio
Grande do Sul responde à altura, Ver. Pedro Américo Leal, e sofre com a
insegurança também, mas certamente tem a responsabilidade de aplicar e investir
na segurança pública.
Quero
apenas deixar um dado para encerrar: não há nenhum seqüestro em andamento no
Rio Grande do Sul, diferentemente de São Paulo, por exemplo. O seqüestro, Ver.
Pedro Américo Leal, com reféns, não acabou em morte e nós temos de louvar isso
com o melhor treinamento do nosso policiamento. Isso é bom; a Brigada Militar
está de parabéns e a Polícia Civil também. Seqüestros com reféns não acabaram
em morte, Ver. Ervino Besson. Isso é bom para o nosso Estado.
Não
vamos fazer a política do caos, porque a política do “quanto pior, melhor” é
ruim; a política do “quanto pior” é pior mesmo, é pior para nós todos: para a
população, para os partidos e todos mais. Nós temos de garantir, sim, a crítica
que procura contribuir para avançarmos nesse processo, mas não podemos fazer a
política do “quanto pior, melhor”. A política do caos não ajuda a população do
Rio Grande do Sul, e ela deve se orgulhar do seu Estado, que trabalha
seriamente, tem partidos sérios, políticos sérios, governantes sérios e gente
muito séria que participa da política. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Carlos Alberto Garcia, presidindo os
trabalhos ao lado do Presidente da Casa, Ver. José Fortunati; Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores, o Ver. Marcelo Danéris
estava com dificuldades de explicar a falta de segurança que nós temos aqui no
Estado. Ele fez uma comparação com o Rio de Janeiro, com a Benedita da Silva,
que também é do PT; de repente, ele se lembrou de Santo André, que também é do
PT; depois ele viu que os problemas de insegurança maior estão exatamente
naquelas regiões que o PT está administrando. Então, se nós formos analisar,
realmente, a insegurança aqui no Rio Grande do Sul, nós veremos, Ver. Pedro
Américo Leal, que boa parte da insegurança se deve, exatamente, a que o
Comandante da Brigada Militar, quando o Governo petista assumiu, disse ao
Governador do Estado, Dr. Olívio Dutra: “Meu companheiro”, companheiro de
partido. Companheiro de partido! Ele se declarou petista. Naquele momento em
que o Comandante da Brigada Militar se declarava não-filiado, mas um adepto
direto de um partido político, ele estava transformando a Brigada Militar em
uma milícia. A partir de então, os problemas de insegurança começaram a
crescer. Os problemas de insegurança cresceram no momento em que o atual
Governador, para assumir esse cargo, teve que fazer uma série de promessas. Uma
delas foi a de que aqueles profissionais vinculados à Segurança Pública - gente
da Polícia Civil e gente da Brigada Militar - teriam um aumento de salário;
eles iriam viver um novo tempo. E o que vimos foi coisa diferente. Então, a
Brigada Militar e a Polícia Civil, completamente frustradas, não querem mais e
não podem mais oferecer a segurança que as pessoas realmente precisam.
Nós
temos facilidade em detectar os problemas de insegurança aqui no nosso Estado.
Quando nós mandamos uma Ford embora e quando nós diminuímos o número de
empregos à disposição das pessoas, nós estamos, na verdade, trabalhando apenas
para criar o caos. Foi isso que aconteceu durante todo o tempo, uma política de
criação de caos no meio da sociedade. E aí, é claro, não pode dar outra: só
pode dar a sociedade que temos hoje, com pessoas completamente inseguras.
Aliás,
por falar em insegurança, os assuntos são tantos que, realmente, cinco minutos
é pouco tempo, Ver. Pedro Américo Leal, mas eu não posso deixar de falar sobre
a liminar que foi dada para que o comércio funcione aos domingos.
Ver.
Juarez Pinheiro, V. Ex.ª tem muitas vezes divergido deste Vereador, mas nós
temos convergido em outros momentos. O que o juiz escreveu para embasar essa
liminar deve ter sido num momento ruim. Ele disse que a Câmara Municipal tem as
prerrogativas para limitar ou para determinar os horários de funcionamento do
comércio, mas não tem as prerrogativas para dizer em quais dias o comércio vai
funcionar. Isso é um absurdo! Quem tem prerrogativas para dizer em quais
horários pode funcionar o comércio tem a prerrogativa para dizer em quais dias!
Eu não me posso calar frente a uma coisa que eu acredito ser absurda, mesmo que
venha de um Magistrado famoso da nossa Cidade. Acredito que o embasamento do
despacho poderia ser outro, mas o embasamento dizendo que a Câmara Municipal
tem prerrogativas para determinar os horários de funcionamento do comércio!?
Ora, quem tem prerrogativas para determinar o funcionamento não tem
prerrogativas para dizer em quais dias esses horários serão estabelecidos?
Realmente é alguma coisa que não é, pelo menos, a mais correta de se afirmar,
muito embora eu acredite que a discussão sobre a abertura do comércio aos
domingos vá acabar terminando, Ver. Pedro Américo Leal, com um novo entendimento
entre patrões e empregados, porque a única coisa que eu acredito que está
absolutamente incorreta nessa relação da abertura do comércio aos domingos é
exatamente a negativa dos patrões de pagar aqueles 26 reais a mais para que os
empregados trabalhem aos domingos.
Eu,
particularmente, não sou contrário a que o comércio abra aos domingos; eu sou
absolutamente favorável a que o comércio abra aos domingos, mas os empregados
têm que ter garantidos os seus direitos. Contra o desrespeito aos seus direitos
é que nós temos votado aqui neste Plenário ao longo dos tempos. Eu acho que,
daqui a mais um pouco, vai haver um acordo entre patrões e empregados, e,
então, essa questão será resolvida de forma definitiva. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
A Mesa registra a
presença do Ver. José Carlos Dubal, do PTB de São Borja. Seja bem-vindo a esta
Casa, Vereador.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, em contato com várias
Lideranças, não com todas, porque não foi possível, firmamos um acordo de que
nós votaríamos alguns requerimentos não-polêmicos e também os projetos
não-polêmicos praticamente sem discussão.
Então,
Sr. Presidente, são os Requerimentos: n.º 108/02, n.º 124/02, n.º 121/02, n.º
126/02, n.º 131/02 e n.º 133/02. Estes são os Requerimentos.
Os
Projetos: PLL n.º 243/01; PLL n.º 037/02; PLL n.º 053/02; PLL n.º 058/02; PR
n.º 086/02; PLCL n.º 023/00.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Sr.ªs Vereadoras e Srs.
Vereadores, antes de ingressarmos nas discussões da Ordem do Dia, encontra-se
sobre a Mesa um Recurso apresentado pelo Ver. Juarez Pinheiro, referente à
composição da Comissão Especial para a análise do Proc. 692/02, que trata,
indiscutivelmente, de um dos grandes temas que interessam a esta Casa.
Com
a preocupação de podermos agilizar a instalação dessa Comissão Especial, que
dispõe sobre o PREVIMPA e disciplina o Regime Previdenciário Próprio dos
Servidores Municipais, foi solicitado à Procuradoria que se manifestasse em
relação ao número de Vereadores que devem fazer parte da referida Comissão
Especial. O Parecer do Procurador Cláudio Roberto Velasquez, subscrito pela
Procuradora-Geral, leva em consideração vários artigos, entre eles o art. 58,
parágrafo 1.º, o art. 63, parágrafo 4.º, letras “a” e “b” e, por fim, dispõe -
e vou ler o seu trecho final: (Lê.) “Em seu contexto, em que o resguardo da
representação proporcional partidária implica compor a Comissão Especial com um
número maior de representantes do que um terço da Câmara Municipal, parece
claro que o preceito da letra b do Regimento somente pode ser entendido como
limite mínimo, eis que o contrário implicaria violação dos direitos
constitucional e orgânico dos partidos de a integrarem.”
Este
foi o Parecer da Procuradoria.
Analisando
a matéria - naturalmente não fiz uma análise muito profunda, mas depreendendo
do que está no Parecer da Procuradoria e lendo atentamente o nosso Regimento,
chego mais uma vez à conclusão de que o nosso Regimento é falho. Por quê? Por
que faço essa afirmação? Porque parto do pressuposto que me parece bastante
elementar que na sua redação inicial o Regimento Interno, no art. 63, afirma,
com toda a propriedade, que na formação das Comissões Especiais ou
Parlamentares de Inquérito e Externas deverá ser observado o seguinte: letra
“b” - composição de até um terço dos membros da Câmara. Por este artigo, de
forma inequívoca, a Comissão Especial, no caso em tela, teria de ter no máximo
um terço dos membros desta Egrégia Câmara.
É
esta a compreensão preliminar.
Vamos,
então, ao que consta no art. 63, parágrafo 4.º: “Na formação das Comissões
Especiais, deverá ser observado o seguinte: a) proporcionalidade partidária -
aliás, consta também no art. 58 da LOM ; b) composição de um terço dos membros
da Câmara.”
É
a mesma ênfase nas duas letras “b”, do art. 63 com o art. 58. A letra “b” do
art. 58 deixa explícito: “Composição de até um terço dos membros da Câmara; no
art. 63, a letra “b” diz: “Composição de um terço dos membros da Câmara.” O
pressuposto básico de que o artigo que molda a composição das Comissões
temporárias, onde a Comissão Especial está adstrita, é indiscutivelmente o
artigo 58, nas letras “a”, “b” e “c”. Qual é o problema que enfrentamos? Diferentemente
do que existe como exemplo no Regimento Interno da Câmara dos Deputados, é que,
com o passar do tempo, esta Casa foi criando, regimentalmente, legalmente,
novas bancadas, o que certamente até o final do ano passado ou até o início da
atual Legislatura esse preceito não teria problema de ser cumprido, porque
tínhamos o número reduzido de bancadas e, conseqüentemente, poderíamos agregar
a proporcionalidade com o número de até um terço; isso não era problema algum,
passou a ser problema a partir do momento em que, com a inclusão de novas
bancadas, temos uma dificuldade muito clara de conseguirmos combinar os dois
preceitos. Primeiro deles, proporcionalidade partidária; segundo, com a
composição de até um terço dos membros da Câmara. Por quê? Porque caso nós
venhamos a entender, como é de praxe, como é usual, que todas as bancadas
tenham assento na Comissão Especial, e levando-se em consideração que essa
representação deve-se dar pela proporcionalidade existente em cada uma das
bancadas, nós, automaticamente, ultrapassamos o um terço previsto no art. 58.
Estamos com um problema realmente regimental. Como se ultrapassa esse conflito
no Regimento Interno da Câmara Federal? Estou aqui buscando a informação de
memória. Com a existência dos membros suplentes das Comissões, porque com isso,
naturalmente, a proporcionalidade vai-se dando na indicação dos membros
titulares e, na medida em que esse um terço é ultrapassado, a representação das
bancadas fica garantida, enquanto vaga, numa vaga de suplente dessa mesma
Comissão. Conseqüentemente, os dois dispositivos ficam claramente colocados, do
ponto de vista da representatividade; segundo, da proporcionalidade, e,
terceiro, da representação por bancadas.
Então,
a existência dos suplentes permite que na Câmara e no Congresso Nacional esse
preceito não colida, de forma alguma, com o número maior ou menor de bancadas,
que pode ser modificado durante o processo legislativo e que em nada colide com
o preceito regimental. No nosso caso, já estamos percebendo, de uma forma muito
clara, que aqui existem três preceitos básicos que acabam colidindo em função
do número de bancadas existente hoje na Câmara Municipal de Vereadores de Porto
Alegre. O primeiro deles é a proporcionalidade partidária. Naturalmente é um
preceito básico na medida em que todos nós estamos aqui não em nome próprio,
mas estamos aqui em nome das nossas bancadas, em nome de nossos partidos. Cada
um de nós representa um coletivo, e não a si próprio. A proporcionalidade
partidária é fundamental em respeito a uma representação que temos aqui não
individualmente, mas enquanto bancadas. O segundo: composição de até um terço
dos membros, que, naturalmente, se levarmos em consideração a proporcionalidade
de um lado, e de outro a necessidade de que todas as bancadas estejam presentes
na Comissão, acabamos rompendo com a letra “b” do art. 58. Indiscutivelmente, é
um problema que não é de fácil solução, na medida em que o Regimento cria uma
lacuna que, para mim, torna-se até insuperável, a não ser que nós possamos decidir
por maioria um encaminhamento que permita que imediatamente, com a maior
brevidade possível, essa Comissão Especial possa ser instalada. Busquei
informações de como isso tem ocorrido até o momento, e, naturalmente, em outras
Comissões, que também são importantes, mas certamente menos polêmicas do que
esta, já tivemos casos onde os treze membros foram respeitados, quando um terço
seriam onze. Já tivemos Comissões onde ultrapassamos o número de onze
Vereadores. Solicitei que a Diretoria Legislativa realizasse uma investigação.
Tivemos a Comissão Especial, que estabelece período de comunicação para as
Comissões Permanentes e Temporárias da Câmara Municipal de Vereadores e dá
outras providências, de autoria da Ver. Sofia Cavedon. Comissão instalada com treze
membros; a Comissão Especial, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera o
parágrafo 1.º do art. 77, instalada com treze membros; a Comissão Especial de
autoria do Ver. João Carlos Nedel n.º 178/92, do Regimento, instalada com treze
membros. Comissão Especial de autoria do Ver. Fernando Záchia, que requer a
constituição de Comissão Especial para a viabilidade da implantação do metrô de
Porto Alegre, instalada com quatorze membros. E a última Comissão dessa busca:
Comissão de autoria do Ver. Ervino Besson, com vistas a apurar irregularidades
ocorridas durante o Carnaval de Porto Alegre: quatorze membros na sua
instalação.
Como
se percebe, nós já, entre aspas, ultrapassamos o entendimento do que está no
artigo 58, na sua letra “b”: composição de até um terço dos seus membros. Na
verdade, a própria Câmara, em momentos anteriores próximos - todas essas
Comissões são de 2002 -, pelo que estou verificando, não, uma delas de 2001, as
outras de 2002, foram instaladas com número superior a onze membros, o que denota,
naturalmente, que nós já rompemos com um dos preceitos básicos do nosso
Regimento, artigo 58, “b”. Mas, no meu entendimento, mesmo que tenhamos uma
jurisprudência firmada, o erro que possamos ter cometido, ao longo desse tempo,
não pode, pura e simplesmente, suplantar um novo erro; ou seja, em nome de
erros cometidos anteriormente, que venhamos cometer um novo erro. Se, em
períodos anteriores, com a instalação das outras Comissões, esse problema não
foi argüido publicamente, não veio para que o Presidente pudesse se manifestar,
não houve parecer, portanto, naturalmente, houve um acordo tácito, implícito
para que as Comissões pudessem ser forjadas e formadas e instaladas a partir de
um acordo entre os Vereadores, suplantando com isso o entendimento do que está
no Regimento da Câmara, só que não é o caso em tela. Neste momento, nós estamos
com uma Comissão Especial que, indiscutivelmente, é da maior importância para o
Município; ela é polêmica, porque acena, mais uma vez, um assunto extremamente
complexo, relevante e polêmico. E há uma Questão de Ordem suscitada pelo Ver.
Juarez Pinheiro, Vice-Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Portanto,
teremos de buscar, entre nós, na medida em que não consigo visualizar pura e
simplesmente, uma decisão que não afronte, de uma forma ou de outra, o
Regimento, como poderemos trabalhar para que, buscando-se uma solução, nós
possamos – que acredito ser do nosso interesse e do interesse de todos nesta
Casa – instalar a Comissão Especial para que possamos analisar com rapidez o
PREVIMPA.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
penso que a questão suscitada realmente é digna de atenção e de cuidado,
porque, embora eu, pessoalmente, Sr. Presidente, não tenha preferência por onze
ou por treze, evidentemente tenho a preocupação de que a decisão que se tomar
tenha amparo legal, ou seja, que lá no meio do trabalho da Comissão,
independente de um resultado aqui de Plenário ou coisa desse tipo, nós não
venhamos a ter a interrupção de trabalhos ou a decisão de que a decisão é nula,
porque é ilegal, exatamente dentro dessas contradições que o nosso Regimento
acaba por sustentar.
Permito-me,
por mais pressa que tenhamos, sugerir que a questão, em primeiro lugar, seja
passada à Comissão de Justiça, na medida em que ela possa nos amparar,
juridicamente, com maior amplidão, e com isso não é diminuir o Parecer da
Procuradoria, mas a Comissão de Justiça pode abrir mais o campo da análise
jurídica da matéria, até se valendo, eventualmente, do que V. Ex.ª fala em
relação à Câmara Federal. Por mais pressa que tenhamos, e eu já conversava com
o Ver. Elói Guimarães que poderia, evidentemente colaborando, buscar um esforço
para que a Comissão de Justiça pudesse, rapidamente, nos trazer um parecer.
Penso
que, por outro lado, Presidente, independente da Comissão de Justiça, na medida
em que é o Plenário depois que decide, isso deverá ser sobretudo uma solução
política deste Plenário, mas uma solução política que depende muito daquilo que
nos for trazido como matéria jurídica para decisão. Eu, particularmente, me
inclinaria, mesmo com a pressa que vejo na necessidade da tramitação, para que
tivéssemos um auxílio da Comissão de Justiça, com um parecer, e que depois,
numa grande discussão aqui de Plenário, pudéssemos fixar uma decisão final ou
jurídica ou política, e aí temos de analisar e, o mais rapidamente possível,
instalar a Comissão que é a preocupação maior da nossa parte, porque, de fato,
na pura e simples leitura dos nossos documentos, de fato existe hoje uma colisão
de dois pontos, embora o comando primeiro seja sempre mais forte que os demais,
e o comando primeiro é a representatividade de todos os partidos; evidentemente
há uma colisão.
Uma
outra alternativa que pode ser política, e lembro aqui que isso foi o que este
Plenário decidiu em relação ao Plano Diretor, seria, politicamente, se assim
entendermos depois, dentro de uma discussão, criar uma resolução específica
para esse Projeto, como criamos uma Comissão Especial para o Plano Diretor.
Então, seria a decisão de Plenário, de criar uma comissão específica, e daí sim
se pode decidir do número; lembro que no Plano Diretor criamos com dezessete,
mas aí se cria uma resolução específica, com amparo legal suficiente.
De
toda a maneira, no meu entendimento, seria bom que a Comissão de Justiça
pudesse nos ajudar levantando todo o material variado de doutrina para depois a
gente poder fazer o encaminhamento político, jurídico. Esse é o cuidado que
devemos ter, apesar de toda a pressa que todos nós queremos ter, mas, às vezes,
correr demais é ruim, eu prefiro correr devagar, no sentido de ter esse amparo
legal, ter o debate e termos clareza naquilo que vamos fazer. Seria essa a
contribuição, querendo colaborar com a Mesa, com a Casa e até mesmo com os
funcionários interessados em resolver esse problema da previdência.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, em primeiro lugar, acho
que esta Câmara de Vereadores, com a manifestação da Presidência da Casa, se
engrandece. Porque o Ver. José Fortunati, exercendo a sua função de Presidente,
deu uma verdadeira aula de Direito, como há muito não víamos nesta Casa. Quero
fazer essa referência. Mostrou não só de que, afora as suas atividades naturais
e como um homem que faz política, inclusive concorria a um cargo majoritário,
estuda os projetos que estão tramitando na Casa, e isso engrandece a Câmara de
Vereadores. Há muito não ouvia uma aula como a que foi dada pelo Ver. José
Fortunati sobre Regimento.
Em
segundo lugar, Sr. Presidente, quero ressaltar o que V. Ex.ª colocou sobre o
princípio maior: o princípio da proporcionalidade partidária deriva do processo
democrático, e investir contra ele é investir contra a própria democracia, e
isso V. Ex.ª, com palavras mais sábias, já deixou claro.
Em
terceiro lugar, e é a última questão que levanto, quando se faz uma Questão de
Ordem, logicamente se faz à Mesa e mais diretamente ao Presidente da Casa. A
questão de ser levada à Comissão de Justiça, está previsto no art. 94, e o
Presidente sabe tanto ou melhor do que eu que quando um Vereador discorda da
decisão que a Presidência toma ele tem o direito de recorrer ao Plenário,
ouvida a Comissão de Justiça. Agora, as questões que são decididas pela
Presidência, só a partir daí, podem ter a consideração da Comissão de
Constituição e Justiça. Portanto, a Mesa tem os órgãos auxiliares: Procuradoria
e Diretoria Legislativa, pode acatar as suas posições ou não, decide, e, se
algum Vereador não concordar, daí sim pode logicamente recorrer ao Plenário,
ouvir a Comissão e Justiça.
Termino,
Sr. Presidente, mais uma vez ressaltando a sua manifestação em dizer que é
absolutamente claro, não há controvérsia, porque o que baliza toda essa
discussão é o princípio da proporcionalidade partidária. Portanto, nós
aguardamos com serenidade a decisão do Sr. Presidente e louvamos a sua
intervenção. Muito obrigado.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, nós, do PDT, já tínhamos
uma preocupação muito grande em relação a esse tema, desde o momento em que se
instalaram novos partidos durante a presente Legislatura nesta Casa, e,
naturalmente, em cima da questão do limite legal de mais de quinze anos, de
trinta e três Vereadores, que esta Casa têm, e junto o Regimento. Eu acho que
há uma preocupação muito grande em relação a dois princípios: um, o princípio
da proporcionalidade partidária; e o outro, uma questão extremamente
importante, que é a representação dos partidos políticos, sobre a qual temos um
profundo respeito em relação ao chamado direito das minorias. Então, essa é uma
questão muito importante.
Portanto,
nós achamos que há uma controvérsia, porque os fatos, de uma certa maneira,
vieram a atropelar a norma de uma resolução desta Casa, que é o Regimento.
Então, acho que a luz andou bem, a interpretação e a exegese jurídica de V. Ex.ª e de um dos Procuradores desta Casa,
mas eu acho que é de bom alvitre que se ouça a Comissão de Justiça.
Um
outro dado, isso é um encaminhamento, pela relevância da matéria, que pode ser
dado pela Mesa Diretora, encaminhado pela Mesa conjuntamente com o colégio de
Líderes, que é justamente buscar um mecanismo de resolução especial para um
Projeto da envergadura e relevância deste. Então, a idéia do Vereador de
produzir uma resolução, mesmo que se perca algum momento, mas se produziu uma
resolução, no sentido semelhante àquela que coordenou, àquela que fez, que
regulou os trabalhos do Plano Diretor seria o melhor caminho para uma melhor
representação de um projeto de tão alta relevância.
Mas
acho que dois procedimentos concretos deveriam ser tomados: de um lado o
reforço da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que tem força, tem poder
vinculativo, com a ouvida do Plenário; e, de outro lado, uma discussão de Mesa
Diretora com as Lideranças, no sentido de buscar o encaminhamento, eventualmente,
para um projeto especial como este, de uma Resolução. Esta é a nossa posição,
em princípio.
O SR. REGINALDO PUJOL: Companheiro Presidente, com a
responsabilidade de ser integrante da Mesa Diretora dos Trabalhos, preciso
deixar claro que não há em nossa manifestação nenhum tipo de censura aos
procedimentos tomados na Casa, todos eles foram tomados com a responsabilidade
inerente às funções que cada um de nós aqui ocupamos. O conflito desses dois
princípios - representatividade e proporcionalidade -, que, neste momento se
agiganta na sua relevância, não pode ter o condão de inviabilizar os trabalhos
desta Casa. Diante dessas circunstâncias é preciso, imediatamente, com a
presteza que se impõe, encontrarmos uma solução real para esse conflito, porque
efetivamente não há como se imaginar que uma Casa possa negar oportunidade a
que os seus integrantes, das mais diversas conotações, possam ter assento nas
Comissões que aqui se constituíram com a finalidade de estudar determinadas
situações. Diz bem o Ver. Isaac Ainhorn que, ao defender o direito da minoria,
nós até precatamos posições, porque eventual maioria num Parlamento é minoria
em outros Parlamentos, e o reverso também ocorre.
O
Congresso Nacional tem nos dado lições muito expressivas nesse particular, nós
vamos ter de nos socorrer de toda essa gama da tradição legislativa brasileira
para, imediatamente, ajustarmos a nossa realidade. Não sei até se, em
determinados aspectos, nós não vamos ter que retroceder ao Regimento anterior,
de 1964, quando predominava um pluripartidarismo na Cidade, não tão exacerbado,
mas nós tínhamos um pluripartidarismo que resolvia os seus impasses de uma
forma que, timidamente, tentou-se resolver aqui com a constituição dos blocos
parlamentares, que acabaram não se oficializando dentro da Casa. Dessa forma,
Sr. Presidente, fazendo coro com aqueles que o estão saudando pela forma
responsável com que buscou decidir sobre a matéria, eu diria que a sua decisão,
que pode até não ser aceita por alguns, por terem uma leitura diferente sobre o
assunto, tem o condão de dar um alerta para a Casa nesta hora. Estamos diante
de um impasse, de um vigoroso impasse; se não for resolvido, a Casa estará, até
que o assunto seja objetivamente enfocado e resolvido, diminuída na sua capacidade
legislativa. No momento, nenhuma comissão poderá ser constituída, até que se
supere esse impasse. Com isso, um instrumento legal e importante ficará,
definitivamente, prejudicado. Abalo-me ao dizer a V. Ex.ª que a sugestão do
Ver. Isaac Ainhorn, no sentido de se ouvir o colégio de Líderes, deve ocorrer
com urgência, para que se possibilite uma solução emergencial para essa
situação. Não vamos esperar o dia 9 de setembro, prazo fatal para que se
examine essa matéria, para só então oferecer uma solução. Caso contrário,
confessaremos a falta de condições objetivas desta Casa de examinar, com a
profundidade com que se precisa examinar, esse Projeto relevante e que está aí
a desafiar a todos nós nas suas respectivas representações políticas. Muito
obrigado.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr.
Presidente, colegas Vereadores, são duas as questões que quero levantar:
Primeiro, o fato de a Comissão Especial já ser um fato regrado. O art. 63 do
Regimento estabelece e disciplina a Comissão Especial. Então compete à Comissão
Especial “examinar e opinar sobre emendas à Lei Orgânica, alteração do
Regimento e matérias consideradas pelo Plenário como relevantes e
excepcionais”. É o caso, dada a importância do assunto. Segundo, já está votado
o Requerimento de constituição da Comissão Especial que tratará da previdência.
Quer dizer, os fatos que constituíram o encaminhamento da Comissão já estão
dados, são fatos já consolidados no processo legislativo interno. O que se
questiona? Questiona-se - e V. Ex.ª, de forma muito clara, percorreu os
elementos de encruzilhada que estão no Regimento - o número de membros dessa
Comissão. O nosso Regimento, na página 21, art. 63 – e repito o que V. Ex.ª
expressou – “estabelece que na formação das Comissões Especiais deverá ser
observado o seguinte: proporcionalidade partidária, composição de um terço dos
membros da Câmara, ordem de entrada nas proposições”. Há o art. 58 também. Que
proporcionalidade haveria se todos que são membros de partidos - e as bancadas
são partidos, nisso eles não diferem entre si, partido é partido, seja de um
membro ou “n” membros, não se trata de proporcionalidade. Quando todos estão
presentes, não há proporcionalidade, o que há é representatividade, no máximo,
podemos dizer de pluralidade, ou seja: a idéia está presente, independente do
número dela, porque a opinião se faz presente pela pluralidade, pela
representação. Aqui fala em proporcionalidade. Ora, se uma comissão carrega
para si todos os partidos que há no Plenário, proporcionalidade não é, é a
totalidade da representação. Proporcionalidade é uma categoria feita à
matemática que procede uma inferência a respeito de um número “x”, que se
representa num número “x” proporcional. Por outro lado, nós, aqui, a nossa
Câmara se constituiu originariamente com nove Partidos: o PDT, PTB, PT, PSB,
PMDB, PC do B, o PPB, PFL e PSDB. No curso do processo político constituíram-se
mais quatro Partidos: o PHS, o PL, PSL e o PPS. A pergunta é: esta Câmara é
proporcional de fato à representação política colocada pela população de Porto
Alegre? É uma indagação política. Não responde ao Regimento, certamente, Sr.
Presidente, mas ajuda a percorrer a idéia do que é representação e o que é
proporcionalidade. Os meandros que fizeram com que esta Casa tivesse alterações
internas - todas legítimas - porque, do ponto de vista político, como é que ela
se confronta e se confrontam no Regimento, já que nós temos uma limitação de um
terço para a composição? E aí me parece, Sr. Presidente, que se adotássemos a
prática de simplesmente inventar um terço ou todas as bancadas estarem
representadas na Comissão, um princípio, para mim, seria violado, para começar,
o princípio da proporcionalidade, que é o número que cada bancada tem. Fala-se
aqui em proporcionalidade, não em representatividade, sequer em pluralidade de
idéias. Se V. Ex.ª está acompanhando o meu raciocínio, há de verificar que uma
bancada que tenha peso de dez, oito, quatro, seis membros - como são algumas
bancadas que estão aqui - se compararia a bancadas originariamente criadas pelo
voto popular de um, ou criadas depois no processo político de composição
interna, o que é uma distorção.
O Ver. João Antonio Dib está balançando a cabeça, porque nós
tivemos uma contradição sobre isso no passado, e ele, de certa forma, tinha
razão.
Agora,
Sr. Presidente, também há uma outra inferência importante de se fazer. Se assim
for feito, haverá quem reivindique que a Mesa Diretora, que é composta de seis
e se conforma pelo instituto também da representação, proporcionalidade dos
partidos, a proposição de que os partidos criados estejam lá. E essa
proporcionalidade teria de levar a nossa Mesa ao número de treze
representantes, porque aí teríamos todos os treze pensamentos desta Casa
representados; alguns originariamente constituídos, outros constituídos no processo
político em curso. Então, Sr. Presidente, eu acho que, primeiro, se violaria o
processo legislativo se mudássemos ou se anulássemos a Comissão que já foi
criada. O que se trata agora é de disciplinar, a partir de uma compreensão
comum, qual é o número real em um terço, que respeite o Regimento, e que leve
para dentro da Comissão a representação nos seus balanços, estatisticamente
colocados internamente aqui na Casa. Aí, bancadas como a do PT, do PPB e do
PDT, que são bancadas grandes, acabam sendo diluídas no processo de pluralidade
de pensamento, quando aqui no Regimento se quer capturar, de fato, a idéia da
proporcionalidade. Ou seja, um número que seja próximo daquilo que constitui o
real do Plenário da Câmara. Essa é a minha questão, Sr. Presidente, para tentar
auxiliar nesse debate que vai ser colocado. O art. 63 frisa bem o assunto, que
é matéria já consolidada, e o art. 58 também trata da mesma matéria.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu não pretendia, de
forma nenhuma, participar deste debate. No entanto, eu fui citado e preciso
dizer por que é que eu sorria, como disse o Ver. Estilac Xavier. É que se fosse
respeitado o Regimento, art. 9.º, e a Lei Orgânica, art. 52, nós não teríamos
esse problema, porque no dia 1.º de janeiro é que se poderia indicar Liderança
de bancada, depois disso não poderia mais. Aí nós criamos quatro bancadas. Eu
tentei impedir que isso ocorresse. Então, nós estamos vivendo conseqüências do
não-respeito à lei. Saúde e paz!
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Dá para perceber que o Plenário tem
vários entendimentos sobre a matéria. Para este Presidente ficam claras algumas
questões que me parecem fundamentais. Eu sou o Presidente da Câmara de
Vereadores do ano de 2002. Esta Casa tem, no ano de 2002, treze bancadas legitimamente
formadas pelas Sr.ªs e Srs. Vereadores. Podemos aqui ter conflitos
de opiniões, como a opinião do Ver. João Antonio Dib, que merece todo nosso
respeito, mas, por absoluta maioria, esta Casa enfrentou e ultrapassou essa
discussão – só quero relembrar -, inclusive com o apoio do Ver. Estilac Xavier.
Então, vamos deixar isso muito claro. Cabe-me, portanto, analisar a situação
desta matéria nos moldes em que ela está colocada.
Estamos
no dia 7 de agosto de 2002, temos trinta e três Vereadores, treze bancadas
compostas e, portanto, a matéria tem de estar, segundo a minha visão, analisada
sob esta ótica, deste momento.
Naturalmente,
se buscássemos outros preceitos, poderíamos buscar o preceito eleitoral, que
leva em consideração, para distribuição do tempo, no horário eleitoral gratuito
em rádio e televisão, a formação das bancadas quando da eleição passada. Mas
não é esse o preceito que, me parece, estamos seguindo nesta Casa, ao longo
desse um ano e sete meses, quase oito meses. O que estamos buscando é a
representação que cada Partido tem nesta Casa, a cada momento. No momento em
que tínhamos nove bancadas, levávamos em consideração as nove bancadas;
passamos a ter dez bancadas, passamos a levar em consideração as dez bancadas e
chegamos às treze bancadas, e continuamos levando em consideração as treze
bancadas. O grande conflito que permanece, e por isso volto a reiterar, de
certa forma, a minha perplexidade quanto ao Regimento, é que, de um lado, sim,
não podemos abrir mão da chamada proporcionalidade das bancadas, porque ela
representa a sociedade nesta Casa, neste momento. Cada um de nós,
individualmente e coletivamente, fala em nome de uma sigla e de um partido
político. Quando o meu Líder, Ver. Isaac Ainhorn, se manifesta, ele fala em
nome do Partido Democrático Trabalhista; quando o Ver. Antonio Hohlfeldt se
manifesta, ele fala em nome do Partido da Social Democracia Brasileira; quando
o Ver. Juarez Pinheiro se manifesta, ele fala em nome do Partido dos
Trabalhadores, e assim por diante. Então, esse é o pressuposto que está
colocado neste momento. O pressuposto de que esta Casa tem, neste momento, a
representação política de treze bancadas, e, portanto, o meu entendimento é de
que essas treze Bancadas devam estar contempladas em todas as ações que o Poder
Legislativo leve a efeito. Tanto é verdade que, quando da formação e da
formatação da Comissão Representativa, que tem dezessete membros, o cálculo
matemático levou em consideração as treze bancadas, e não houve qualquer ato ou
qualquer gesto de inconformidade com as treze bancadas. Portanto, os Vereadores
que aqui estiveram durante o recesso parlamentar do mês de julho representaram
as treze bancadas de forma absolutamente proporcional. O grande problema é que,
de outro lado, nós temos no art. n.º 58, na letra “b”: “uma composição da
Comissão Especial de, no máximo, até um terço dos membros desta Casa”. Um terço
de trinta e três é onze Vereadores, e há uma colisão muito clara nesse sentido
entre a proporcionalidade e a formação da Comissão até um terço. Ou nós
violamos - e vou usar expressamente a palavra violamos, porque me parece que é
a expressão mais dura, mais contundente e mais acertada - a proporcionalidade,
ou nós violamos o número impresso de onze Vereadores. Tanto num caso quanto no
outro, segundo a minha visão, pela minha inconformidade com o próprio
Regimento, nós estaríamos afrontando a Lei que nos rege, que é o Regimento da
Casa. Eu tenho a compreensão, data venia,
meu caro Ver. Estilac Xavier, de que o Vereador que pertença a uma bancada,
neste momento, mesmo sendo forjada, formada, formatada após o processo
eleitoral, passou a ter neste Plenário a mesma legitimidade que qualquer uma
outra bancada, naturalmente levando-se em consideração a chamada
proporcionalidade. Esse é o pressuposto de que o Presidente parte.
Nós
estamos, neste momento, como se fosse num gargalo, na medida em que certamente
quando os redatores do atual Regimento pensaram na elaboração deste Regimento
não imaginavam que chegaríamos a um número tão expressivo de partidos
políticos. Gostemos ou não, esta é a realidade que se apresenta junto a nós -
volto a dizer - neste dia 7 de agosto de 2002. Esta é a situação concreta.
Provavelmente nós teremos de buscar uma solução; temos dois caminhos: ou
simplesmente ficamos protelando, e isso certamente não faz bem ao Legislativo e
não faz bem não somente a esta Comissão, mas o Ver. Antonio Hohlfeldt lembra
muito bem que, caso esse impasse não seja solucionado, todas as demais
Comissões ditas temporárias - Comissões Especiais, Parlamentares de Inquérito,
processantes e externas - não poderão mais ser informadas a partir de agora,
caso nós permaneçamos com essa dúvida, caso não consigamos ultrapassar essa
decisão; ou buscamos uma decisão.
Pelo
menos, eu me inclino ainda para que possamos realizar uma reunião de Mesa com
as Lideranças para podermos fazer esse debate com tranqüilidade, sem
atropelarmos, buscando, quem sabe, uma saída que seja adequada para a
totalidade desta Casa, com o objetivo de fortalecermos esta Instituição e não
de enfraquecê-la.
Proponho
então, claramente, aos senhores Líderes que possamos realizar esse encontro, um
encontro com troca de opiniões, um encontro que busque viabilizar uma solução.
Portanto, indago dos senhores Líderes se há uma concordância de que venhamos a
encaminhar um encontro com as Lideranças e a Mesa Diretora com o objetivo de,
minimamente, buscarmos uma saída para esse impasse.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, vou falar literalmente
pela Bancada. Não sou contra fazer essa reunião de Mesa, porque é exatamente
uma solução política, que foi uma das alternativas pela qual eu advoguei
anteriormente, mas quero ponderar duas questões. Se fizéssemos essa reunião de
imediato, nas próximas vinte e quatro horas, seria, talvez, o ideal. Agora, quero
ponderar que a Bancada do PSDB, pelo menos, sai com um prejuízo se essa reunião
for feita fora do horário de Plenário, porque os dois representantes da Bancada
estão comprometidos com a campanha eleitoral. Então, eu advogaria, para
concordar com V. Ex.ª, que essa reunião fosse feita em horário de Plenário,
mesmo que o Plenário seja prejudicado, mas aí teremos condições e é muito
provável que outros Líderes de Bancada tenham o mesmo problema.
Agora
estou exclusivamente falando pela minha Bancada, e V. Ex.ª conhece a situação.
O PSDB teria prejuízo porque seus dois representantes estão absolutamente
envolvidos em campanha. Então reservamos, por obrigação nossa, os horários de
Plenário para estarmos aqui. É difícil, sobretudo de uma hora para outra, ter um
outro horário. Portanto, pediria a V. Ex.ª essa possibilidade de fazermos essa
reunião na quinta-feira, se for possível, no horário de Plenário, e eu tenho,
desde logo, o comprometimento com V. Ex.ª, com toda a Casa, enfim, com as
partes interessadas.
A
outra solução, Sr. Presidente: se a reunião ficar para a semana que vem, ainda
que em horário de Plenário, se não puder resolver isso para amanhã, logo,
porque compromissos outros Líderes também têm, mas eu queria dizer se não
valeria a pena, de toda a maneira, ampliarmos a consulta jurídica, nos valendo
da nossa Procuradoria jurídica, que ampliasse a pesquisa jurídica, que nos
auxiliasse no encaminhamento da questão, até para não ficarmos apenas no
“achismo”, mas termos alguma base jurídica, a partir das questões que V. Ex.ª
mesmo mencionou anteriormente, ou coisa parecida. Seriam essas as duas questões
que eu queria colocar à ponderação de V. Ex.ª.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Antonio Hohlfeldt, parece-me que as
duas ponderações são bastante pertinentes. Por isso, as submeto aos demais.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, nunca, aqui na Casa,
temos nos colocado em posição que impeça que, dialogando, respeitados direitos
das bancadas, se possa chegar a uma posição negociada e de acordo. O que
acontece, Sr. Presidente, e lembro que, exatamente em torno de dois meses,
quando eu respondia a uma Questão de Ordem que, inclusive, V. Ex.ª não me dava
respaldo na Questão de Ordem, e colocou, de forma muito clara, que o que nos
regula, o que nos rege é o Regimento, sob aquela máxima de que, em Direito
Público, nós podemos fazer apenas aquilo que está prescrito, ao contrário do
Direito Privado, em que podemos fazer o que for o caso, desde que não esteja
vedado.
Quero
dizer isso porque é absolutamente claro que, neste caso aqui, hoje existe uma
posição do Regimento que não convoca as aspirações de uma maioria que existe na
Casa, legitimamente constituída num processo eleitoral.
Então,
o que deflui, a nosso juízo, é que o cumprimento, hoje, do Regimento, que é
absolutamente claro, não é controverso, em cima do que dispõe o art. 58,
parágrafo 3.º, e o art. 64, a Comissão não pode ter mais do que um terço e o
princípio, como V. Ex.ª deixou bem claro, da proporcionalidade partidária não
pode ser rompido.
Então,
fica claro que o desconforto da maioria legitimamente constituída, repito, na
verdade, não pode prevalecer sobre uma regra que está escrita antes de que até
a atual composição política tenha sido dada.
Portanto,
Sr. Presidente, nós ficamos com uma posição aqui difícil, porque nós abrirmos
mão do cumprimento do Regimento; para nós, é abrir mão de direitos que uma
minoria precisa ter num Parlamento. Então, nós queremos fazer essas
ponderações, chamar a atenção à forma como V. Ex.ª busca uma solução, uma forma
correta, honrada, em cima do Direito, em cima de uma análise política, no que
tange, inclusive, às representações partidárias. Mas, se isso fosse alterado,
inclusive a questão da Mesa, que fala em proporcionalidade, também teria que
ser alterada.
Então,
na verdade, eu pego como elemento não o Direito, agora, Sr. Presidente, mas a
política. O que existe, hoje, claramente, é uma Questão de Ordem formulada, um
descontentamento de uma maioria constituída e uma minoria que tem assegurado o
seu direito no Regimento.
Então,
para a sua decisão, que nós saberemos respeitar, nós queremos fazer essas
considerações por obrigação ética e política, nós que pertencemos, hoje, a um
bloco que é minoritário nesta Casa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, se a manifestação do Ver.
Juarez Pinheiro é a manifestação do PT como Bancada, eu entendo que toda a
tentativa de negociação é inócua. A saída, então, como primeiro passo, é a
Comissão de Constituição e Justiça – CCJ -, pois não há diálogo; vamos à CCJ e
depois tentamos o segundo passo.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Sem dúvida, com a manifestação do Ver.
Juarez Pinheiro, não há um consenso na busca dessa negociação. Não cabe a mim
entrar no mérito sobre a aceitação ou não dessa saída, há uma posição muito
clara que esta Presidência vai respeitar.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, só para uma colaboração,
não sei se o que vou falar está certo juridicamente ou não. Eu não vou falar
pelas outras bancadas que foram formadas nesta Casa depois do processo eleitoral,
mas vou falar pelo meu Partido, o PHS.
Eu
fico de fora das Comissões, não há nenhum problema, desde que eu esteja
colaborando com a Casa, desde que depois eu possa opinar sobre o Parecer que
vem das Comissões e votar, que é, evidentemente, um direito meu.
Portanto,
o PHS não tem nenhum empecilho a se afastar; afasto-me das Comissões, desde que
depois eu possa opinar sobre os pareceres e votar. Essa é uma colaboração para
a Casa, falo em meu nome e não em nome dos outros partidos que estão na mesma
situação.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Haroldo de Souza, agradecemos a
colaboração, lembrando que os Srs. Vereadores e as Sr.ªs Vereadoras
têm voz por toda e qualquer Comissão, a diferença é o direito ao voto. O
direito ao voto pertence à titularidade dos seus membros, mas o direito à voz é
um direito sagrado nesta Casa e, naturalmente, passando pela fase da Comissão,
o assunto vem ao Plenário e todos, em igualdade de condições, terão os mesmos
direitos.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Então, sendo assim, Sr. Presidente, não
há nenhum problema que eu fique afastado das Comissões e peço aos demais, que
tiveram bancadas, nesta Casa, formadas depois do processo eleitoral, que sigam
o meu caminho. Se não quiserem, paciência!
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, apenas para agregar, faço
a minha última intervenção, e sem querer aqui me arvorar a qualquer ilação no
sentido de que queira com isso encaminhar – logicamente que estou defendendo
uma posição, claramente. Eu me contraponho à posição, sob o ponto de vista
legal, inclusive, de encaminhar à Comissão de Constituição e Justiça, porque
sempre que um Vereador faz uma Questão de Ordem, ele faz à Mesa, à Presidência,
que pode deferi-la ou não; pode, com a sua decisão, contemplar a Questão de
Ordem, ou não. E não é a Comissão de Constituição e Justiça - que é uma outra
instância -, que vai orientar, logicamente, o Presidente, muito mais V. Ex.ª,
pela experiência que tem como Parlamentar, inclusive no Congresso Nacional.
O
meu Requerimento é no sentido de que eu fiz uma Questão de Ordem à Mesa, e V.
Ex.ª, no caso, é o Presidente da Casa, figura maior, e eu requeiro a V. Ex.ª
que a minha Questão de Ordem seja respondida. V. Ex.ª poderá, ou não, com a sua
decisão, contemplar aquilo que eu entendo; isso eu vou ter que saber respeitar,
e poderei, aí sim, da decisão de V. Ex.ª, recorrer à Comissão de Constituição e
Justiça. Mas nunca irmos para uma outra instância, suprimindo a instância da
Presidência. Isso seria um equívoco, porque retiraria, Presidente, a questão
recursal, que é um princípio da democracia. Ou seja, de uma decisão do
Presidente, o Vereador pode recorrer a outra instância, no caso à Comissão de
Constituição e Justiça. Se V. Ex.ª, para tomar a sua decisão, agora recorresse
à Comissão de Constituição e Justiça, V. Ex.ª retiraria, deste Vereador, a
questão recursal, porque eu não poderia mais, depois da posição da Comissão de
Constituição e Justiça, fazer recurso. E o recurso é um dos principais
instrumentos do processo democrático.
Sei
que V. Ex.ª está com uma série de atividades, mas queria chamar atenção para
esse detalhe: antes de V. Ex.ª tomar a decisão, encaminhar à Comissão de
Constituição de Justiça, retira deste Vereador e de qualquer outro Vereador a
questão recursal à Comissão de Justiça, que é um preceito básico do próprio
processo democrático, e V. Ex.ª sabe muito melhor do que eu. Por isso eu
requeiro a V. Ex.ª que responda a minha Questão de Ordem.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, V. Ex.ª fez um amplo e
bem demonstrado relatório da matéria. E seguiram-se intervenções, inclusive uma
do Ver. Antonio Hohlfeldt, no sentido de se ouvir a Comissão de Constituição e
Justiça. Eu posso até estar-me antecipando, mas, após ter V. Ex.ª instruído a
matéria, V. Ex.ª vai dar uma decisão, e, evidentemente, ato contínuo, o Ver.
Antonio Hohlfeldt transformará a sua solicitação em recurso à Comissão de
Justiça. V. Ex.ª dará a decisão? Não teve oportunidade de dá-la ainda.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Elói Guimarães, este Presidente, na
verdade, estava procurando refletir com o conjunto do Plenário, na tentativa de
buscarmos uma saída para o impasse. Eu tenho, desde minha alocução inicial, uma
compreensão muito clara de que o nosso Regimento deixa uma lacuna muito forte
especialmente no que diz respeito à representação partidária nesta Casa, não à
proporcionalidade, mas à representação partidária, e fazia referência a que, no
Regimento Interno da Câmara e do Senado, esta representação de bancada se dava
proporcionalmente e, na medida em que a titularidade era preenchida, as
bancadas com representação menor seriam contempladas com uma vaga na suplência.
Conseqüentemente, todos estariam abrigados na Comissão Especial, coisa que não
existe, infelizmente, em nosso Regimento, porque, nas nossas Comissões temporárias
e em especial na Comissão Especial, não existe a figura do suplente.
Foi
com esse objetivo que traduzi a minha reflexão, tentando, quem sabe, buscar uma
forma de contemplarmos aqui o que está dito no art. 58: a proporcionalidade
partidária, que para mim é sagrada, na sua análise; segundo, na composição de
até um terço dos membros da Câmara, que está explícito – eu não entendo como
podemos violar o Regimento, ampliando-se, como, aliás, temos feito em outras
Comissões. Nós temos que admitir que, em períodos passados, neste ano mesmo,
sob a minha Presidência - assumo minha responsabilidade -, nós já instalamos
Comissões Especiais com número de treze e quatorze membros. O que significa que
nós próprios já tomamos iniciativas de ultrapassarmos a letra “b” do art. 58.
Mas volto a lembrar: não é pelo fato de já termos cometido equívocos que,
obrigatoriamente, esses equívocos devam manchar a nossa postura no momento, na
medida em que os equívocos – entre aspas – simplesmente foram colocados em
segundo plano, na medida em que nenhum Vereador, naquele momento, se colocava
contra a formação de Comissões Especiais com número superior a onze membros.
Caso diferente temos hoje em função de uma Questão de Ordem levantada pelo Ver.
Juarez Pinheiro. Então, é essa a situação. Não existe uma outra leitura a ser
feita, segundo o meu entendimento. Obviamente é o Presidente que está falando e
o Presidente também tem interpretações equivocadas, mas, ao ler o art. 58, nas
suas letras “a” e “b”, só posso ter um único entendimento, eu, enquanto
Presidente. Por isso, caberá, sim, se houver o entendimento por parte do
Plenário, o recurso à CCJ para que se manifeste e volte, posteriormente, a este
Plenário, coisa que já aconteceu anteriormente com esta Presidência. Obviamente
que este Presidente sente-se absolutamente confortável com a tramitação normal
das suas decisões junto à CCJ, e este Plenário decidindo. Isso faz parte do
nosso processo democrático, absolutamente respeitado pelo seu Presidente, sem
nenhum problema, para deixar claro.
Na
medida em que dialogamos e não houve possibilidade de entendimento, vou
decidir, porque me compete tomar essa decisão. Compete-me, de acordo com o art.
194, do Regimento: “Cabe ao Presidente dirimir as dúvidas suscitadas em
Questões de Ordem. Parágrafo 1º - Em caso de discordância com a decisão do
Presidente, cabe ao autor da Questão de Ordem recurso ao Plenário e ouvida da
Comissão de Constituição e Justiça sobre o assunto. Parágrafo 2º - O Presidente
determinará a leitura do parecer da Comissão de Constituição e Justiça para
conhecimento e deliberação do Plenário, após encaminhamento pelo autor, relator
e Lideranças.” Isso está expresso no art. 194, o que dá às Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores o direito, naturalmente, de fazer um recurso contra
a decisão tomada pelo Presidente desta Casa. No meu entendimento, de acordo com
o que reza hoje o nosso Regimento, teremos que ter, no máximo, onze Vereadores,
seguindo-se o cálculo absolutamente matemático da proporcionalidade. Essa é a
decisão proferida por este Presidente.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, respeitosamente, solicito
recurso da sua posição à Comissão de Justiça.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Acato o recurso do Ver. Antonio Hohlfeldt
e encaminho imediatamente à Comissão de Constituição e Justiça. Solicito ao
Ver. Antonio Hohlfeldt que faça o seu recurso por escrito e com a maior
brevidade, e, na medida em que V. Ex.ª toma as providências para apresentar o
Requerimento por escrito – sou testemunha disso -, convoco o Presidente da
Comissão de Constituição e Justiça para que possa, com a maior brevidade
possível, fazer a análise do recurso apresentado. Está encerrada a questão.
(Obs.:
Foram aprovados os Requerimentos constantes na Ata.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
3614/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 243/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
institui a Semana Educativa para Conscientização e Doação de Órgãos no
Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas n.ºs 01 a 03.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto e das
Emendas n.ºs 01 a 03;
- da CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto e
das Emendas n.ºs 01 a 03;
- da CECE. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela rejeição do Projeto e das
Emendas n.ºs 01 a 03;
- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do
Projeto e das Emendas n.ºs 01 a 03;
- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto e das
Emendas n.ºs 01 a 03.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 07-08-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 243/01, com
Emendas n.ºs 1 a 3. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1068/02 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/02, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
denomina Praça Padre Nebrídio Bolcato um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Partenon.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 07-08-02.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 037/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1202/02 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia,
que autoriza a inclusão do evento Feira da Catedral no Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 07-08-02.
O
SR. PRESIDENTE (José Fortunati):
Em discussão o PLL n.º 053/02. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver.
Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, faço questão de encaminhar a matéria porque a
Feira da Catedral está acontecendo, neste momento, em Porto Alegre. Ela termina
amanhã, então eu penso que a Casa está dando a essa feira um momento muito
especial. Como Vereador proponente, ficamos muito satisfeitos que a aprovação
vá ocorrer justamente neste momento. Convido os Vereadores e a população da
nossa Cidade a visitarem a Feira da Catedral, porque lá estão mais de cento e
quinze expositores apresentando os seus trabalhos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o PLL n.º 053/02. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1226/02 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
denomina Rua Azise Pedro Falcão um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Nova Ipanema – II Etapa.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 07-08-02.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL n.º 058/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2264/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 086/02, de autoria da Mesa Diretora, que institui, na Câmara
Municipal de Porto Alegre, quota básica mensal de custeio a materiais, serviços
e periódicos para uso das Comissões Permanentes e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
em 07-08-02;
- dispensado de Parecer
nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PR n.º 086/02 com Emenda
n.º 1. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3496/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/00, de autoria do Ver. Adeli Sell, que proíbe a apresentação de animais
ferozes, perigosos e peçonhentos, de qualquer porte, nos circos que se
instalarem no Município de Porto Alegre. Com
Substitutivo nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e do
Substitutivo n.º 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. José Fortunati: pela aprovação do Projeto e do
Substitutivo n.º 01;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto
e do Substitutivo n.º 01;
- da COSMAM. Relator Ver. Beto Moesch: pela rejeição do Projeto e
aprovação do Substitutivo n.º 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
em 27-02-02;
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o Substitutivo n.º 01 ao
PLCL n.º 023/00 (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Isaac
Ainhorn está com a palavra para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, em primeiro lugar, a opinião que estamos, neste momento, emitindo
aqui, não é uma opinião que foi discutida na Bancada, mas é um questionamento,
uma reflexão deste Vereador em relação a este Projeto que, no meu entender, mereceria
até o adiamento por algumas Sessões, numa posição de cautela. Nós já
conseguimos, aqui, fechar o comércio aos domingos. Agora, sobre o Substitutivo,
eu gostaria até dos esclarecimentos; pena que fomos diretamente para o
encaminhamento, pela rapidez com que foi apregoado o Projeto. Mas, pelo
Substitutivo, de lavra dos Vereadores Adeli Sell e Beto Moesch, fica
acrescentado ao parágrafo 3.º do art. 24 da Lei Complementar n.º 12, de 7 de
janeiro de 1975.
Trata-se
de um Projeto de Lei Complementar; portanto, para a sua aprovação, exigem-se,
Ver. Nereu D’Avila, dezessete votos. Os espetáculos circenses, em Porto Alegre,
a partir de agora, somente terão autorização expedida quando o espetáculo não
se utilizar de qualquer animal em suas apresentações. Melhor seria não ter
circo em Porto Alegre, porque circo sem animais... Ver. Adeli Sell, V. Ex.ª que
é um admirador da história russa, certamente, na continuidade, nem na revolução
socialista - dita socialista, porque, no seu início, teve uma natureza socialista
-, em 1917, proibiu-se que os espetáculos circenses tivessem a participação de
animais. Ver. João Antonio Dib, querem fazer circo sem animais! Isso não
existe. Ora, mas a natureza do espetáculo....
Já
fecharam o comércio aos domingos, circo não pode mais ter em Porto Alegre,
daqui há pouco vão querem fechar os parques aos domingos. Do jeito que vão as
proibições... Os edis estão exagerando nas proibições, deixem a sociedade se
auto-organizar. Naquilo que devem ser organizados, não se organizam, como é a questão
do Orçamento Participativo.
Ver.
Carlos Alberto Garcia, vejo que alguns Vereadores estão tendo alguns chiliques:
“Ai, meu Deus...!” Mas eu me surpreendo. Ver. Dr. Goulart, eu apelo à
experiência isolada de circo sem animais. Eu acho que, necessariamente, não
responde por sacrifícios. E este Projeto está passando sem discussão. Eu acho
que isso aqui exigiria uma discussão maior, porque, desde que não haja
perversidade, maldade aos animais nos circos... Daqui a alguns dias, vão querer
fazer hipódromos em que as corridas do Jockey Club sejam sem cavalos, porque os
animais se estressam. Conseqüentemente vai aparecer um Vereador na cidade de
Porto Alegre “mais realista do que o rei”, que vai impedir a realização de
corridas de cavalos nesta Cidade. Isto aqui vai num crescendo de vedações e
proibições nesta Casa que o próximo caminho vai ser o Jockey Club sem cavalos.
É o próximo caminho. Há Vereadores que já estão pensando nisso. Com rinha sem
galo já houve a tentativa. Já estão agora fazendo circo sem animais, sem
cavalos, aquelas belezas de apresentações. Daqui a pouco, vai surgir uma lei
municipal vedando à Rede Globo a apresentação de tigres e leões.
Lamentavelmente,
quero deixar expresso que aqui não se discutem projetos. Os Vereadores que têm
interesse no Projeto não discutiram o Projeto; eles querem votar e passar as
suas idéias rapidamente, sem debate. O Ver. Elói Guimarães queria discutir a
matéria. Foi apregoado, não há erro algum da Presidência, mas acho que temos
de, no mínimo, adiar a votação desse Projeto por cinco sessões. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar o Substitutivo n.º 01 ao PLCL n.º 023/00.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho
que se está fazendo uma grande confusão quando se trata a questão dos animais
nesta Casa. Ora, Sr. Presidente, a questão que me parece que deveria ser
debatida era exatamente sobre os maus-tratos aos animais. O fato de o animal
estar predisposto a uma ação não significa ipso
facto que esse animal esteja sofrendo maus-tratos. Então, a questão é
outra, e muito malformulada, neste Projeto, porque, se há determinados circos e
determinadas atividades que maltratam os animais, existem outros em que isso
não acontece. Não se quer que o animal participe do circo. É isto? Então, é
preciso que se assuma este discurso: “Olha, não queremos animal em nenhuma
atividade.” Porque proibir atividades de animais, sejam domésticos ou
selvagens, significa proibir amanhã as corridas de cavalos no hipódromo, os
tiros de laço, as paleteadas. Querem proibir tudo! Então, este Projeto é muito
ruim e não expressa a vontade da sociedade! As pessoas são contra maus-tratos e
crueldade. Agora, necessariamente o cavalo fazendo saltos ornamentais no circo,
o próprio leão, o tigre, os cachorros fazendo demonstrações, isso faz bem para
as crianças. Querem tirar das crianças essa festa! O circo é uma festa para as
crianças, sim! Os cachorrinhos pulando, os elefantes, todo aquele envolvimento.
Agora quer-se proibir, em Porto Alegre, isso? A sociedade não quer essa
proibição! Faça-se uma pesquisa em Porto Alegre. Outra coisa é maltratar, é
deixar o animal, o leão sem comida, bater, sacrificar, fazer crueldade. Isso é
outra coisa. Haverá circos com esse perfil? Acredito que sim, mas existem
outros circos. E nós todos, em determinada idade, fomos ao circo para ver o
elefante. Então, quer-se negar às crianças de Porto Alegre irem ao circo para
ver o elefante?
Esse
Projeto não é um projeto que mereça a nossa aprovação. Consulte-se a população,
consulte-se a sociedade. Aliás, os projetos deveriam vir radicados no anseio e
na vontade popular. Uma coisa é crueldade, uma coisa são maus-tratos, outra
coisa é permitir que os animais tenham uma integração com o homem. Hoje está-se
utilizando o cavalo, por exemplo, para exercícios com pessoas excepcionais. A
eqüinoterapia é uma relação do cavalo com pessoas excepcionais, porque o animal
transmite uma energia positiva. Então, não podemos tirar da população,
principalmente das crianças, a possibilidade de irem ao circo para ver o
elefante, o artista; não podemos proibir essas coisas, quando não se proíbe na
televisão, onde assistimos a espetáculos de outros países, que mostram as
atividades dos animais.
Tenho
imensa admiração pelos autores da referida matéria, mas estão equivocados,
muito equivocados sobre a matéria.
Nada
tem a ver o circo, que possui animais, com crueldade. Pode ser feita crueldade
na selva, no estado natural onde se encontra o animal, pode sim, por que não?
Agora querem, pura e simplesmente, proibir o circo que tem animais, porque isso
é crueldade! Não me parece crueldade.
Portanto,
fica aqui o nosso encaminhamento contrário a esta matéria, porque ela não está,
por assim dizer, nos anseios da população, a não ser em meia dúzia de ditos
ecologistas, etc. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para encaminhar o Substitutivo n.° 1 ao PLCL n.º 023/00.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, agradeço a V. Ex.ª o Projeto que nós estamos discutindo. É um
Projeto que merece todo o nosso respeito, em que pese tranqüilamente a minha
posição se inclinar em contrariedade ao que ele propõe. Isso não impede que
reconheçamos a relevância da matéria que está sendo tratada. Honestamente, devo
registrar que tive a oportunidade de dialogar com um dos seus autores,
evidentemente demonstrando que, no meu entendimento, a matéria se encontra
legislada no Município de Porto Alegre. Não é porque tenha sido da nossa
autoria, mas legislamos criando uma série de condicionamentos para que os
espetáculos circenses, ao apresentarem os números com animais, tivessem alguns
cuidados que inclusive se encontram regulados por legislação federal, que deve
ser, obviamente, aplicável, no caso concreto, no interesse e na segurança da
sociedade e por que não dizer até na proteção dos próprios animais utilizados
no espetáculo circense.
Eu
até quero, com toda a tranqüilidade e com o maior respeito aos autores do
Projeto, esclarecer que esses animais ferozes, perigosos e peçonhentos de
qualquer porte são, quando amestrados, às vezes, inclusive, de maior docilidade
do que outros tantos animais que nós conhecemos. Às vezes um cão vira-lata pode
ser tão feroz e ocasionar alguns transtornos, se ele não for devidamente
educado, como um animal potencialmente perigoso que nós estamos referindo. O
perigo maior reside em que nós possamos, através dessa proposição, ver aprovado
um projeto de lei que aumente o grau de intervenção estatal na realização das
atividades na sociedade, descaracterizando uma das mais antigas atividades
recreativas que o mundo conhece. Aliás, eu quero dizer que fui conhecer a
Disneylândia com mais de cinqüenta anos de idade, acompanhando o meu filho. Na
minha época, quando era adolescente, eu nem podia sonhar com uma situação
dessas. E as coisas que mais me agradaram na Disneylândia foram as situações
que envolviam animais que, em vários locais visitados, eram amestrados para
programações que deleitavam as crianças lá presentes e a todos nós.
Eu
me lembro muito bem, garoto ainda em Quaraí, de ir ao circo e ver rugir o leão
na sua ferocidade, um leão que era amestrado e que certamente até no mais das
vezes não poderia ocasionar riscos maiores do que ocasionam determinados
animais que fora da atividade circense se encontram nas ruas, malcuidados,
expondo a todos a riscos que devem ser devidamente sopesados.
Os
autores não desconhecem a minha posição de profunda restrição a qualquer coisa
que proíba; eu gosto de regulamentar as coisas. Proibir não faz parte do meu
discurso, não faz parte da minha atuação, nem da minha proposta. Por isso, com
respeito aos autores, eu quero, em nome do PFL, já que o nosso Líder
momentaneamente não se encontra no Plenário, dar a nossa posição contrária à
aprovação desse Projeto, eis que o mesmo se caracteriza até mesmo por negar
aqueles princípios basilares da nossa doutrina política, que é no sentido de
ampliar cada vez mais as possibilidades de liberdade, e que não nos parece
correto permitir que a mais antiga atividade de recreação que o mundo conhece -
antecede, Ver.ª Clênia Maranhão, ao rádio e à televisão - venha a ser mutilada
nas suas características essenciais.
Honestamente,
tive uma oportunidade em que não me fiz bem entender por uma pessoa comigo
relacionada, mas não consigo entender um circo que não tenha macaco, que não
tenha o elefante, que não tenha o leão, e que não tenha o palhaço e o acrobata
que brinca com o fogo, enfim, aquelas atividades que, feitas de forma
desregulada, haverão de ocasionar algum tipo de prejuízo. Se for devidamente
fiscalizado, e há legislação adequada para tanto, não vejo como exigir que o
circo funcione sem esses animais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
A Mesa registra, com
bastante pesar, o falecimento de João Brusa Neto, ex-Deputado Estadual,
ex-Secretário Estadual de Educação e ex-Secretário do PMDB.
Visivelmente
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h13min.)
* * * * *